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Engel & Volkers Porto: “Ajuste de preços permite realização de alguns negócios”

Gustavo Soares, Managing Partner na cidade do Porto da promotora ligada ao segmento de luxo explica ao Jornal Económico que conseguiu manter a faturação no primeiro trimestre do ano “devido à antecipação de escrituras já previstas”.
  • Gustavo Soares (Engel &Volkers)
3 Junho 2020, 07h40

Presente em Portugal desde 2006, a Engel & Völkers dispõe de uma rede de agências imobiliárias direcionada para o mercado de luxo e encontra-se espalhada por várias regiões do país. Antes da pandemia irromper pelo mundo, a promotora alemã juntou às duas agências no concelho do Porto, uma delegação no concelho de Vila Nova de Gaia, a 4 de março.

De resto, o eixo Porto-Matosinhos-Gaia representa cerca de 15% das transações de luxo da promotora, num valor total de 800 milhões de euros, dos quais 600 milhões dizem somente respeito à cidade Invicta.

Gustavo Soares é o Managing Parter da Engel & Volkers no Porto e em entrevista ao Jornal Económico aborda o impacto que a Covid-19 teve nos negócios da promotora e alterações que tiveram de ser promovidas para a captação de clientes.

Como sentiram o impacto da Covid no imobiliário de luxo no Porto?

Estamos preparados para uma realidade que é muito diferente daquela a que estávamos habituados em termos de trabalho. Ainda antes de o país ter entrado formalmente em quarentena, já tínhamos criado uma estrutura por turnos nos escritórios do Porto.

Mantemos o contacto com o cliente através do contacto por telefone e oferecemos o mesmo serviço, mas no formato virtual. Estamos também a implementar a exploração  das mais modernas tecnologias  que a marca Engel & Völkers disponibiliza tais como: óculos de realidade virtual, vídeos em 3D, renders e infografias de casas para reabilitar, e a tecnologia Matterport, que cria visitas 3D em minutos (experiências imersivas em 3D que são muito mais reais que as tradicionais visitas virtuais em 360º) de modo a que se possam ver as propriedades de forma remota, assegurando aos clientes uma primeira impressão muito fiel da propriedade a partir do computador, tablet, smartphone ou equipamentos de realidade virtual.

Registaram quebras em termos de vendas e realização de negócios? Clientes nacionais ou internacionais?

Obviamente que a pandemia nos limita, como limita em todas as outras áreas. Mas preferimos ver este cenário de um diferente prisma. Temos clientes que não avançaram para certos negócios, mas não quero culpar o Coronavírus, pois há sempre circunstâncias que levam os negócios a não se concretizar, seja pela razão X ou Y. A Pandemia limita-nos, mas continuamos a trabalhar, e continuamos a fazer negócio principalmente porque temos uma relação de proximidade com os clientes. Daí que temos de continuar a ser mais ativos e fazer mais contactos.

Em termos de operações, é natural que se tenha registado uma quebra nas oportunidades de negócio, mas, no primeiro trimestre, a Engel & Völkers manteve a faturação devido à antecipação de escrituras já previstas e porque a nossa estrutura comercial e os nossos escritórios estão preparados para prestar serviços à distância.

Os preços do segmento de luxo estão a ser ajustados face a esta pandemia?

Já houve ajustes de valores do mercado residencial. Ainda existe alguma procura e este ajuste de preços permite a realização de alguns negócios.

Quando pensam que poderá existir uma retoma deste mercado?

O mercado não está parado. Há limitações, há menos oportunidades, mas não estamos parados. Este sector não desapareceu nem irá desaparecer. Temos de nos transformar, temos de fomentar uma relação cada vez mais próxima do cliente e mostrar os nossos valores.

É difícil indicar quanto tempo este cenário irá durar. O Governo já começa a abrir certos sectores. A construção nunca parou. Os registos da Direção Geral de Saúde mostram quase todos os dias uma evolução positiva. Ou seja, existe a perspetiva que vamos ultrapassar a pandemia, mas é cedo para fazer previsões.

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