Se a extrema-direita espanhola, concentrada no Vox, entrar no próximo governo do país ao lado do Partido Popular – ou mesmo que só sirva de ‘muleta’ parlamentar – isso terá evidentes repercussões em Portugal. Não tanto porque haja falta de exemplos europeus da presença da extrema-direita nos executivos – a Finlândia é o mais recente e a Itália é o ‘lampião’ que alumia o futuro – mas antes porque a proximidade entre os dois países ibéricos serve sempre de uma certificação acrescida.
Para o analista Francisco Seixas da Costa, essas repercussões terão mesmo um lado ‘cómico’ ou mesmo caricato: “Se o Vox servir de apoio ao PP, vamos ver que, nas semanas seguintes, em Portugal, deixará de ser tratado como um partido de extrema-direita e passará a ser tratado como um partido de direita radical, ou coisa do género. Faz parte da chamada normalização que alguns sectores da direita querem fazer relativamente à extrema-direita” e de que o eurodeputado centrista Nuno Melo foi pioneiro há muitos meses atrás.
Um golpe de direita
“Isso significa ‘estender o tapete‘ à extrema-direita portuguesa”, refere Seixas da Costa. Percebe-se: “tivemos durante décadas a ideia de que não tínhamos extrema-direita em Portugal e em Espanha, dado que foram duas ditadoras tardias nos seus termos. Verificou-se que as coisas não são assim e que muito rapidamente surgiram, embora com agendas muito diferentes entre si. A extrema-direita espanhola é ideológica, muito reacionária nos princípios e nos valores que acha que funciona bem no meio tradicional espanhol”.
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