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Entre a crise do défice e Cristiano Ronaldo, o que está a fustigar a bolsa de Itália?

A UE rejeitou a meta do défice inscrita no Orçamento do Estado italiano e o governo deu sinais de não quer ceder às exigências europeias. Em simultâneo, o escândalo sexual do jogador português já levou 266 milhões de euros ao volta em bolsa da Juventus.
8 Outubro 2018, 18h22

A bolsa italiana afundou esta segunda-feira, enquanto os juros da dívida de Itália dispararam para máximos de quatro anos. Atacadas por várias frentes, o mercados do país já viram melhores dias: por um lado, um Orçamento do Estado que preocupa Bruxelas e os investidores e, por outro, uma recém chegada estrela desportiva envolvida num escândalo sexual.

A União Europeia terá rejeitado a meta do défice inscrito no Orçamento do Estado italiano e o vice-primeiro-ministro e líder do Movimento 5 Estrelas Luigi Di Maio deu sinais de não quer ceder às exigências europeias.

Este domingo, em entrevista ao jornal “Corriere della Sera”, Di Maio confirmou que, em 2019, o défice orçamental da Itália será de 2,4%, um valor bem acima dos 0,8% inscritos no Programa de Estabilidade enviado pelo anterior executivo em abril para Bruxelas.

O resultado foi, esta segunda-feira, um tombo de 2,41% na bolsa milanesa FTSE MIB. A banca foi especialmente penalizada, sendo que o índice italiano FTSE Italia Banche caiu 3,71%. No mercado de dívida, os juros das Obrigações de Itália subiram 14 pontos base para 3,564% e chegaram a tocar máximos de quatro anos durante a sessão.

A par do orçamento, há uma outra questão localizada. A polícia de Las Vegas anunciou na segunda-feira passada que reabriu uma investigação às acusações feitas por Kathryn Mayorga, de 34 anos, que alega, numa denúncia civil, que Cristiano Ronaldo a sodomizou sem consentimento em junho de 2009.

O jogador português negou as acusações, mas os principais patrocinadores (Nike e EA Sports) condenaram a situação e mostraram preocupação. A Juventus deu apoio ao atacante, que contratou esta temporada por 100 milhões de euros, mas os investidores não apoiaram o clube em bolsa.

Tal como, a 20 de setembro, a chegada de Cristiano Ronaldo à Juventus fez disparar o valor dos títulos 180% para máximos de sempre na Bolsa de Milão, desta vez aconteceu o contrário. Esta segunda-feira, os títulos do clube caíram 4,20% para 1,14 euros, sendo que nas últimas cinco sessões afundou 22,18%. A perda supera os 266 milhões de euros em capitalização de mercado.

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