O autarca de Cascais disse hoje que o município ainda não tem uma posição fechada sobre as energias eólicas marítimas (offshore), mas considera que há vários princípios que devem ser respeitados.
“Não temos uma posição fechada, mas há um conjunto de preocupações”, começou por dizer hoje Carlos Carreiras num encontro que teve lugar na vila de Cascais.
A área de Sintra/Cascais tem 84 kms2, com o vento a atingir entre 7,51 e 8 metros por segundo. O objetivo é instalar aqui um gigawatt de eólica offshore, com a área a ter uma distância mínima de 10,6 kms de terra.
“É preciso salvaguardar questões de ordem ambiental, social e económica. Estas propostas e a forma como estão colocadas na discussão publica, levanta-nos algumas questões”, continuou. Em primeiro, existe uma “grande atividade piscatória no concelho, o seu interesse tem que estar salvaguardado”.
Depois, a proteção do “interesse económico” e que tenha “forte impacto social”. Em terceiro, é preciso salvaguardar “recurso ambientais importantes, como a Rede Natura 2000, e as florestas marinhas”.
Carlos Carreiras também destacou que o mar de Cascais é bom para a prática de regatas e que isto deve ser salvaguardada. “Temos um dos melhores campos de regatas a nível mundial, não sou eu que o digo, mas os especialistas nesta matéria. Não podemos destruir estes campos que temos no concelho”.
Este encontro foi o primeiro de três dedicados às Energias Renováveis offshore: comunidade, sustentabilidade e economia, que está a ser promovido pelo Governo. O processo de consulta pública das energias eólicas offshore termina no final desta semana.
“Sabemos que temos excelentes recursos, o nosso verdadeiro petróleo é o sol, o vento e o próprio mar”, acrescentou o autarca.
A proposta do Governo visa instalar eólicas flutuantes nos locais com profundidades entre 75 e 200 metros, e eólicas fixas em profundidades até 50 metros.
Os ventos a nível nacional variam entre os seis e os 8,5 metros por segundo: Viana do Castelo e Cascais encontram-se entre as melhores regiões do pais. Já a disponibilidade de vento no país varia entre as 3.500 e a 4.000 horas por ano.
Outra das preocupações do Governo é a segurança marítima, com as áreas offshore a ficarem de fora do corredor internacional de navios.
As áreas representam 6% do mar territorial, num total de 3.400 km2.
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