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Eólicas offshore. Governo diz que vai lançar leilões de forma faseada

Secretária de Estado de Energia disse que o grupo de trabalho vai produzir um relatório até maio e que o primeiro leilão offshore vai ser lançado ainda este ano. O processo de consulta pública termina esta semana.
7 Março 2023, 17h46

O Governo revelou hoje que vai lançar de forma faseada os leilões que visam a construção de 10 gigawatts de energia eólica marítima (offshore) até 2030. O primeiro leilão deverá ser lançado este ano, com os restantes a terem lugar nos próximos anos.

O processo está em consulta pública que termina a 10 de fevereiro. Já o grupo de trabalho criado para o efeito vai ter de produzir um relatório até maio. O objetivo do executivo é lançar depois o procedimento concursal.

“O potencial eólico offshore é essencial para os objetivos da transição energética. O grupo de trabalho prossegue o seu trabalho técnico e vai entregar relatório em maio deste ano”, começou por dizer a secretária de Estado da Energia esta terça-feira num encontro em Cascais dedicado às energias eólicas offshore.

O modelo dos leilões ainda vai ter de ser fechado, mas o seu lançamento será “faseado”, com uma “dimensão preço que será considerada”, entre “outros fatores que serão tidos em linha de conta e avaliação por parte do grupo de trabalho, como os impactos sociais, território e ambiente”.

A área de Sintra/Cascais tem 84 kms2, com o vento a atingir entre 7,51 e 8 metros por segundo. O objetivo é instalar aqui um gigawatt de eólica offshore, com a área a ter uma distância mínima de 10,6 kms de terra. Esta é uma das oito áreas contempladas no plano do Governo para a construção de 10 gigawatts de eólicas offshore até 2030.

Ana Fontoura Gouveia disse que era preciso encontrar equilíbrio entre os exigentes “trabalhos técnicos” e a necessidade de acelerar o processo devido ao “interesse dos investidores no eólico offshore”.

A governante disse que era necessário “rigor técnico, celeridade e debate participado e envolvimento da comunidade”, considerando que tem de haver uma “ampla discussão, uma ampla participação” numa  área que é “nova, não há certezas, temos aprender uns com os outros”.

“Quando falamos em transição energética, até 2026 queremos 80% de fontes renováveis na produção de eletricidade, antecipando a meta inicial de 2030”, acrescentou.

Neste sentido, destacou o objetivo de “reindustrialização do país, assegurando que Portugal tem indústrias de futuro, energia verde, fiável, a preços competitivos, com estabilidade e segurança. Estes são fatores críticos para a atração de investimento e criação de empregos”.

Este encontro foi o primeiro de três dedicados às Energias Renováveis offshore: comunidade, sustentabilidade e economia, que está a ser promovido pelo Governo.

Antes, no mesmo encontro, o autarca de Cascais Carlos Carreiras disse que o município ainda não tinha uma posição fechada sobre o tema, mas avisou que é preciso salvaguardar as atividades piscatórias do concelho e os “melhores campos de regatas do mundo”.

São 3.400 quilómetros quadrados no mar português para instalar 11 gigawatts de energia eólica marítima (offshore) divididos por oito áreas. Esta é a proposta do Governo cuja consulta pública termina a 10 de fevereiro.

Destas oito áreas, seis destinam-se a instalar tecnologia fixa: as bases dos aerogeradores são fixados ao fim do mar, em zonas onde a profundidade máxima atinge os 50 metros: Matosinhos (181 km2 para instalar 995 megawatts) e a área de jurisdição portuária do porto de Sines (10 km2 para instalar 53 megawatts). Estas duas áreas contam com um total de 191 km2 para instalar mais de mil megawatts.

Seguem-se as seis áreas para instalar centrais flutuantes em locais onde as profundidas variam entre os 75 metros e os 200 metros) que vão de Viana do Castelo até Sines num total de 3.200 km2, numa potência de 10 gigawatts. A saber: Viana do Castelo (663 km2 para dois gigawatts), Leixões (463 km2 para 1,5 gigas), Figueira da Foz (1.238 para 4 gigas), Ericeira (256 km2) e Sintra/Cascais (84 km2) para 1 gigawatt, e Sines (499 km2 para 1,5 gigas).

E qual a distância mínima que estas áreas ficam de terra? Viana do Castelo (18,9 kms), Leixões (37,5 kms), Figueira da Foz (35 kms), Ericeira (10,5 kms), Sintra/Cascais (10,6 kms), Sines área norte (16,5), Sines área sul (15,5 kms), Matosinhos (3,5 kms), Sines (área de jurisdição portuária (1,8 kms).

https://jornaleconomico.pt/noticias/eolicas-offshore-autarca-de-cascais-exige-salvaguarda-da-pesca-e-dos-melhores-campos-de-regatas-do-mundo-1003418

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