As equipas de trabalho que incluem pessoas neurodivergentes podem ser 30% mais produtivas, destaca a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) no mais recente policy brief “Diversidade e Inclusão nos Locais de Trabalho”, publicado a propósito do Dia Internacional do Trabalhador e no qual apresenta um conjunto de recomendações estratégicas para as organizações.
De acordo com o documento, que reúne “evidência científica nacional e internacional sobre os impactos positivos da diversidade no desempenho organizacional”, as empresas cujas equipas apresentem maior diversidade sociocultural têm uma probabilidade 39% de atingir mais ganhos económicos do que organizações menos inclusivas.
“Num mercado de trabalho global e em constante transformação, a diversidade e a inclusão não são apenas imperativos éticos, mas trazem vantagens para as organizações”, sublinha a Ordem dos Psicólogos em comunicado.
Quanto à retenção de talento, a associação pública indica que as empresas mais inclusivas conseguem diminuir a perda de talentos em quase 50%, face às menos diversas. Sobre a inovação para as próprias organizações, “a diversidade inspira práticas inovadoras, novos produtos e iniciativas organizacionais eticamente responsáveis”, alerta a OPP.
Recomendações estratégicas da OPP:
– Promover literacia sobre diversidade e inclusão – Compreender e saber mais sobre diferentes características associadas a pessoas com deficiência, neurodivergentes ou pertencentes a outras culturas.
– Definir práticas inclusivas de recrutamento — Adaptar os anúncios de emprego a diferentes línguas; fazer uma “triagem cega” dos currículos; considerar o potencial de discriminação das competências exigidas.
– Integrar as necessidades dos trabalhadores — Escutar e dialogar com os trabalhadores sobre as suas necessidades, melhores capacidades, interesses específicos e barreiras percecionadas.
– Flexibilizar a organização do trabalho — Diferentes trabalhadores necessitam de diferentes horários e modelos de trabalho, por terem períodos específicos de maior produtividade, pela forma como se organizam face a tarefas e prazos, por terem consultas médicas regulares.
– Criar condições de trabalho adaptadas — As características específicas dos trabalhadores podem requerer acessos (como rampas), espaços que considerem a (sobre)estimulação sensorial ou, por exemplo, espaços apropriados para práticas religiosas.
– Fomentar um clima organizacional inclusivo — A colaboração, o respeito, a comemoração da diversidade e a valorização da diferença são a base de um local de trabalho inclusivo.
– Promover práticas de liderança inclusivas — É importante que os líderes sejam treinados para reconhecer enviesamentos, facilitar a segurança psicológica e serem exemplo de comportamentos respeitadores da diversidade.
O documento pode ser consultado na página da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
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