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“Escolher evoluir” é o tema de Lisboa para a Capital Verde Europeia 2020

O presidente da CML sustentou que a vinda do galardão para Lisboa não serve apenas para este ficar em exposição na entrada da Praça do Município nem para ser “um passeio de vaidades”, mas a entrega da Capital Verde Europeia serve para “melhorar o que tem sido feito até agora”.
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29 Novembro 2019, 13h38

O Parque Florestal de Monsanto foi a paisagem escolhida pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) para a apresentação oficial do programa que vai tornar Lisboa a Capital Verde Europeia em 2020. “Já não separamos a cidade da natureza”, sublinhou o vereador do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia da CML, José Sá Fernandes, no início da apresentação, após a exibição do vídeo que fez com que Lisboa fosse escolhida.

Durante a apresentação, Sá Fernandes sustentou que Lisboa não é a cidade mais sustentável do mundo ou da Europa mas foi a que, até aos dias de hoje, evoluiu mais em todos os parâmetros analisados, onde se incluiu energia, ambiente e mobilidade. O vereador responsável pelo ambiente garantiu ainda que Lisboa foi a primeira cidade do sul da Europa a garantir o galardão.

Com o slogan “escolhe evoluir”, o presidente da CML, Fernando Medina, afirmou perante um vasto público que este é um desejo coletivo, e não uma obrigação, dando opção aos cidadãos para ajudar Lisboa a tornar-se melhor. A abertura da cidade para a Capital Verde Europeia 2020 está oficialmente marcado para 10 de janeiro, com a presença de várias atividades e a presença de António Guterres.

Com foco na água, energia, resíduos, espaços verdes, biodiversidade, ruído, mobilidade e qualidade do ar, a capital portuguesa pretende tornar-se um foco do futuro e de como é possível evoluir de uma forma rápida. Sá Fernandes garantiu que este foi um caminho que demorou 12 anos a percorrer, mas que agora está tudo a encaixar.

Com alguns números já disponibilizados, Sá Fernandes afirmou que o consumo de água na cidade foi reduzido em 33%, enquanto “as metas de descarbonização já foram ultrapassadas”, tendo situado-se em 42% em 2016. A reciclagem e a reutilização de produtos também aumentou em 34,4% na capital, com a taxa de recolha seletiva a fixar-se em 28%.

Relativamente à estrutura verde na cidade lisboeta, o vereador garante que esta tem aumentado com os projetos. Atualmente, a cidade conta com mais 347 hectares do que em 2008, sendo que o objetivo final é “unir a cidade pelo verde”, existindo ainda alguns espaços verdes que foram reabilitados.

Também a plantação de árvores tem sido o foco da CML, sendo que até 2021 querem plantar 100 mil árvores, com o arranque oficial já marcado para o próximo dia 12 de janeiro com 20 mil árvores, sendo que “todos os fins de semana, equipas da autarquia têm plantado árvores em diversos pontos”. Sabe-se que destas 20 mil, quatro mil serão colocadas no Alto da Ajuda, seis mil no Vale da Ameixoeira, nove mil no Vale da Montanha (Arreiro e Marvila) e mil no Corredor Verde de Monsanto.

Com debates e conferências importantes a marcar a atualidade, estas vão focar-se no ambiente e alterações climáticas, bem como na saúde e alimentação saudável. Assim, Sá Fernandes destacou nas grandes conferências, como Conferência dos Oceanos, Urban Futures, Planetiers e o Congresso Europeu de Mobilidade, que vão marcar o ordem do dia.

A energia solar fotovoltaica tem sido um dos grandes focos da autarquia como uma aposta no futuro, bem como a neutralidade carbónica até 2030, onde Lisboa se tem assumido líder. Também a mobilidade tem sido um dos projetos da autarquia, com a criação de ciclovias e a melhoria de vias como a Praça de Espanha.

Apesar de assumir a existência de demasiado ruído, o vereador garante que este é um dos projetos futuros, sendo que estão a ser criadas metas para o dia e para a noite, com o primeiro foco nos automóveis. José Sá Fernandes sublinhou que “estes objetivos são ambiciosos mas também são credíveis”, sendo ainda um “legado para a geração futura” que hoje se concentra nas manifestações do clima.

No tempo de apresentação de Fernando Medina, o presidente da CML sustentou que a vinda do galardão para Lisboa não serve apenas para este ficar em exposição na entrada da Praça do Município nem para ser “um passeio de vaidades”, mas a entrega da Capital Verde Europeia serve para “melhorar o que tem sido feito até agora”.

“Não é em Lisboa ou em Portugal que o mundo vai perder para as alterações climáticas e aquecimento global”, sublinhou Medina. No entanto, o autarca garantiu que “temos de fazer mais porque há quem não faça o que lhe compete”, porque “não vale a pena queixar-me ao senhor Trump” mas sim “trabalhar todos os dias e trabalhar com as coligações”.

“Temos de aceitar o peso da voz de Lisboa para falar”, garantiu o presidente de Lisboa, defendendo que a designação de Capital Verde Europeia não é apenas um mero desígnio político.

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