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Eslovénia, que substituirá Portugal na presidência da UE, apoia candidatura da Turquia

Portugal não quis colocar a questão da entrada da Turquia na União na sua agenda da presidência do Conselho da União Europeia. Com a Eslovénia prestes a tomar o lugar, a questão volta a ter destaque. Os dois países são fundamentais no equilíbrio dos Balcãs.
5 Maio 2021, 07h40

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavuşoglu, encontrou-se com o seu homólogo esloveno, Anze Logar em Ljubljana, capital da Eslovénia, esta terça-feira, 4 de maio e – num quadro em que este país assumirá a presidência do Conselho da União Europeia no final do semestre em substituição de Portugal, expressou apoio à candidatura da Turquia à entrada na União Europeia.

Falando em conferência de imprensa conjunta e citado pela comunicação social, Anze Logar disse que a Turquia pode esperar um apoio “construtivo” da Eslovénia em relação ao ao seu processo de adesão à União e ao acordo comercial para a união aduaneira.

Recorde-se que Portugal nunca colocou a questão da Turquia na agenda – mesmo quando ficou claro que o governo de Ancara insistia neste ponto ao longo dos primeiros meses do mandato nacional. O Governo também nunca este disponível para comentar o assunto, quando o JE pretendeu colocar questões sobre esta matéria.

Por seu lado, Çavuşogu disse que os direitos humanos são uma das principais prioridades de Ancara, tal como da União Europeia, observando que tem havido uma atmosfera positiva nas relações entre os dois blocos e que Ancara acredita que os passos para a cooperação em questões importantes como a união aduaneira serão fundamentais para esse fim.

A visita de Çavuşoglu à capital eslovena incidiu sobre as relações bilaterais, bem como os desenvolvimentos regionais e internacionais em curso. Ambos os países têm interesses e influência fundamentais em todos os Balcãs – região da Europa minada por conflitos nacionalistas que tendem a não encontrarem uma solução e que, em bloco, pretende entrar na União Europeia, apesar da resistência de países como a Bulgária e a Grécia.

Assinando um acordo de parceria com a então Comunidade Econômica Europeia (CEE) em 1963, a Turquia solicitou a adesão à União em 1987 e as negociações de adesão começaram em 2005 mas estagnaram em 2007 devido a objeções da administração cipriota grega sobre a ilha dividida de Chipre, bem como a oposição da Alemanha e da França.

O processo de adesão da Turquia à União Europeia (para além de questões relacionadas com o Médio Oriente e as relações bilaterais) dominaram a visita de três dias do presidente turco a Portugal em maio de 2005. O presidente turco era na altura Ahmet Necdet Sezer e o Presidente português à época, Jorge Sampaio, manifestou o seu empenho na entrada da Turquia na União.

Anos mais tarde, em maio de 2009, o então Presidente da República portuguesa, Cavaco Silva, realizou uma visita de Estado à Turquia onde, depois de um encontro com Erdogan (que na altura era ‘apenas’ primeiro-ministro, cargo que entretanto desapareceu), também teve oportunidade de manifestar apoio à entrada da Turquia na União.

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