O governo espanhol aprovou esta terça-feira a subida do salário mínimo em 15 euros, uma medida enquadrada no plano de “recuperação justo” da economia do país vizinho na sequência dos danos provocados pela pandemia de Covid-19. A ministra do Trabalho e Economia de Espanha, Yolanda Díaz, foi uma das principais defensoras da subida, que já tinha sido avançada há duas semanas, resultado de uma reunião entre governo espanhol e sindicatos.
O “El Economista” avança que governo e sindicatos também estabeleceram o compromisso de que o salário mínimo, através da sua “revisão progressiva” em 2022 e 2023, atinja 60% do salário médio antes do final da legislatura, conforme determinado pela Carta Social Europeia assinada por Espanha e conforme prometido pela coligação de governo.
As entidades empresariais CEOE e Cepyme foram retiradas do acordo e entendem que não é o momento de aumentar o salário mínimo, por considerarem que a economia espanhola “se encontra numa fase inicial de recuperação e a criação de empregos pode ser prejudicada”. Apesar disso, Díaz tem agradecido aos parceiros sociais o trabalho realizado ao longo desses meses para dialogar no âmbito da política salarial no país.
Após a aprovação desta subida, a vice-presidente do governo espanhol adiantou que o diálogo social começará a funcionar “imediatamente” para garantir o cumprimento da trajetória de aumentos do salário mínimo até 2023, que a comissão de doze especialistas desenhou e publicou recentemente.
No dia 17 de setembro, o governador do Banco de Espanha, Pablo Hernández de Cos, pediu “prudência”, advertindo sobre o impacto negativo no emprego da subida em 15 euros do salário mínimo, para 965 euros, decidida pelo Governo espanhol.
Hernández de Cos apelou para “um certo grau de prudência relativamente a qualquer decisão” que afete o salário mínimo, dado que a recuperação económica é “heterogénea” e não afeta todos os sectores produtivos da mesma forma.
Ainda assim, o governador do Banco de Espanha salientou que “se houver um compromisso político no sentido de um aumento gradual do salário mínimo obrigatório e se os seus efeitos secundários forem aceites, o foco deve ser colocado na formação e no aumento da produtividade”, como forma para “minimizar os efeitos potencialmente negativos” desta medida, algo que acabou hoje por se confirmar.
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