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Espanha volta a defender a emissão de dívida comum europeia: “Não desisto”, diz ministra da economia

Nadia Calvino defendeu a emissão de dívida comum europeia, “seja ‘eurobonds’, ‘coronabonds’ ou ‘obrigações de reconstrução'”, defendendo que “estamos todos a lutar pela saúde de todos os europeus”.
1 Abril 2020, 10h41

A ministra da Economia espanhola, Nadia Calvino, voltou a defender a emissão de dívida comum europeia, seja através de ‘coronabonds’ ou de outros mecanismos, numa altura em que a União Europeia continua dividida sobre esta possibilidade.

“A Europa tem que responder unida a esta crise”, disse Nadia Calvino em entrevista à radio Onda Cero, citada pela Reuters. “Não desisto. Ainda pensamos que, eventualmente, deve existir um sistema de partilha de dívida, seja ‘eurobonds’, ‘coronabonds’ ou ‘obrigações de reconstrução”, acrescentou.

Espanha foi um dos países, que com o primeiro-ministro português, António Costa, e outros sete líderes europeus, subscreveram uma carta dirigida ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a reclamar a implementação de um instrumento europeu comum de emissão de dívida, antes do Conselho Europeu na semana passada. No entanto, as negociações não tiveram qualquer avanço neste sentido, com países como a Holanda e a Alemanha a discordarem da possibilidade.

Nadia Calvino sustentou que “a saída da crise não pode ser que cada país contraia dívida extra ou despesa extra porque estamos todos a lutar pela saúde de todos os europeus”. Ainda assim, a ministra que chegou a ser apontada como possível sucessora de Mário Centeno na presidência do Eurogrupo garantiu ainda que Espanha não tem problemas de liquidez ou acesso aos mercados.

Ontem, o diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, disse que a criação de uma nova instituição europeia para a emissão de dívida comum demoraria entre um a três anos. Em entrevista ao Financial Times, o alemão explicou que qualquer emissão conjunta de financiamento extra, no imediato, teria que ser feita através dos mecanismos que existem atualmente.

“Levaria um, dois ou três anos, e os Estados-Membros precisam ter capital ou garantias, ou atribuir receita futura”, disse, em referência a criação de uma nova instituição. “Não se pode criar bonds do nada”, acrescentou.

Klaus Regling sustentou que o Banco Europeu de Investimento poderia dar um financiamento imediatamente, tal como o MEE o poderia vir a fazer. Defendendo que se o objetivo for criar necessidades de financiamento relacionadas com crises de curto prazo para os países responderem ao impacto do novo coronavírus, frisou que “a única forma é utilizar as instituições existentes com os instrumentos existentes”.

O Eurogrupo irá reunir no próximo dia 7 de abril para discutir as propostas a apresentar à Comissão Europeia de combate à Covid-19, conforme acordado no último Conselho Europeu.

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