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Especialista em expatriados norte-americanos aponta saúde e segurança como motivos da atração de Portugal

Em declarações à Lusa, Gilda Pereira, administradora da Ei! Assessoria Migratória, admitiu que a mudança de poder político nos Estados Unidos está a levar muitos norte-americanos a quererem sair do seu país e Portugal tem argumentos muito fortes para atrair este tipo de público.
25 Janeiro 2025, 12h27

A administradora de uma das principais agências privadas de migração, especializada em expatriados norte-americanos, considera que Portugal tem a segurança e os serviços de saúde como principais motivos de atração, num momento de polarização política dos Estados Unidos.

Em declarações à Lusa, Gilda Pereira, administradora da Ei! Assessoria Migratória, admitiu que a mudança de poder político nos EUA está a levar muitos norte-americanos a quererem sair do seu país e Portugal tem argumentos muito fortes para atrair este tipo de público.

“Em 2017, após a primeira eleição de Trump, começaram a vir os primeiros americanos. Aliás, no dia em que ele ganhou as eleições a nossa caixa de entrada ficou entupida” de pedidos de informações, afirmou Gilda Pereira.

O primeiro serviço que prestam aos interessados é uma consulta migratória, através do qual avaliam o rendimento, desejos e condições para assegurar uma mudança de vida para Portugal.

“Explicamos como é que o país funciona e que visto essa pessoa deve pedir”, afirmou Gilda Pereira, cabendo depois à sua empresa o acompanhamento do processo nos consulados, bem como de vários outros aspetos que são decisivos na escolha do local onde viver.

“Por exemplo, se uma família tem crianças, vai querer ficar numa cidade com escola internacional”, explicou.

Num balanço dos milhares de processos que já acompanhou, a dirigente da Ei refere que a segurança em Portugal é um dos pontos mais elogiados pelos expatriados, a par dos cuidados de saúde.

“Eles elogiam muito o SNS e dizem que os nossos seguros de saúde privados são muito baratos”, recordou.

Mas “também a qualidade da comida, que é mais saudável, principalmente legumes e frutas ou peixe fresco”, disse Gilda Pereira que também já ouviu muitos elogios à “oferta cultural” e à “rede de transportes”.

Hoje em dia, muitos norte-americanos querem “fugir à polarização da sociedade norte-americana” e ao racismo que ainda persiste.

“Há muitos casais inter-raciais que vieram para cá por medo da discriminação nos EUA” e “em Portugal não sentem nada disso”, explicou.

Desde as eleições de novembro, o “número de consultas de norte-americanos quadruplicou”, com “dezenas de processos em stand-by”.

A vinda destes expatriados, muitos deles reformados, são também uma oportunidade para manter vivas as zonas rurais portuguesas ao abandono, defende.

“Tenho um casal britânico que foi para a Anadia e são os mais novos da aldeia”, pelo que “acabam por ajudar os vizinhos” que lhes “levam ovos e coisas da sua horta”.

Os expatriados mais velhos optam por áreas mais periféricas, perto de locais como Setúbal, Tomar, Caldas da Rainha, São Martinho do Porto, Coimbra, Leiria, Braga, Viana do Castelo ou Castelo Branco.

Já os mais novos “estão para ir para a Costa da Caparica, Nazaré ou Albufeira”, procurando “aproveitar a praia e o surf”, acrescentou.

Fundada em 2014, a Ei tem mais de 10 mil clientes individuais e empresariais e tem-se focado em vistos para empreendedores, reformados e nómadas digitais de países como os Estados Unidos, Brasil, Reino Unido ou Canadá.

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