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Estado vai injetar 1,4 mil milhões de euros na CP até ao final de 2019 (c/vídeo)

O Estado deverá injectar 474 milhões de euros no capital social da CP durante o presente ano, revelou ontem Carlos Gomes Nogueira, presidente da transportadora ferroviária nacional, na audição que teve ontem, dia 4 de Setembro, lugar na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.
  • Cristina Bernardo
5 Setembro 2018, 07h45

Este gestor público anunciou que em 2017 a empresa apresentava uma dívida líquida de 3.024 milhões de euros, valor que baixou para cerca de 2.600 milhões de euros no final do ano passado.
“Foi uma redução de cerca de 400 milhões de euros que se deveu ao reforço do capital estatutário por parte do Estado. Este ano, entrarão, entraram e entrarão na CP até ao final deste ano, mais 474 milhões de euros para fazer face ao serviço da dívida”, revelou Carlos Gomes Nogueira.
Com esta injecção de capital por parte da tutela, a CP deverá encerrar o presente exercício com uma dívida líquida de 2,1 mil milhões de euros.

O presidente da CP anunciou ainda que para o próximo ano “é necessário que o Estado injete na CP cerca de 900 milhões de euros”.
Se se concretizar essa transferência para aumento de capital no próximo ano e se a transportadora ferroviária nacional mantiver a rota positiva de gestão operacional, a dívida líquida poderá baixar para cerca de 1,2 mil milhões de euros no final de 2019.
Entre as transferências previstas para 2018 e para 2019, estamos a falar de uma injeção conjunta de cerca de 1,4 mil milhões de euros por parte do Estado em aumentos de capital da CP.
Ainda na véspera da audição parlamentar, a CP foi alvo de um novo aumento de capital por parte da tutela (Finanças e Planeamento e Infraestruturas) no montante de 32 milhões de euros.
“Neste momento, a CP tem uma dívida líquida de cerca de 2,6 mil milhões de euros. A taxa de juro média para remunerar este passivo é actualmente de 2,6%. Em 2015, pagámos 107 milhões de euros em juros. Em 2016, [pagámos] 88 milhões. Em 2017, foi 77 milhões de euros. No primeiro semestre deste foram mais 36 milhões de euros”, precisou o presidente da CP.
No total, só nos últimos três anos e meio, a CP pagou 308 milhões de euros só em juros de dívida.
“É a primeira vez na vida que giro uma empresa com capitais próprios negativos. Nunca tinha tido esta experiência profissional. Mas vamos encontrar soluções para capitalizar a empresa”, assegurou Carlos Gomes Nogueira na referida audição parlamentar.
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