A agência federal norte-americana Food & Drug Administration (FDA) autorizou neste domingo a utilização de plasma sanguíneo de pacientes que recuperaram da Covid-19 como tratamento de emergência para quem está infetado, numa decisão de que Donald Trump “estava à espera há muito tempo”. “Tenho hoje o prazer de fazer um anúncio histórico que irá salvar um número incontável de vidas na nossa batalha contra o vírus da China”, disse o presidente dos Estados Unidos numa conferência de imprensa realizada na Casa Branca.
A autorização de utilização de emergência do “plasma convalescente”, como foi descrito por Trump, admitindo uma quebra de 35% na morte de infetados com o novo coronavírus, ocorreu depois da FDA obter indícios de que o plasma sanguíneo pode diminuir a taxa de mortalidade e melhorar o estado de saúde dos doentes se administrado nos três primeiros dias de hospitalização. Os efeitos mais positivos das transfusões dão-se nos doentes com menos de 80 anos e que não estejam ligados a ventiladores.
Antes do anúncio na Casa Branca, o diretor do Centro de Pesquisa e Avaliação Biológica da FDA, Peter Marks, disse que esse plasma sanguíneo “indica ser seguro”, afastando efeitos secundários naqueles que o estão a receber. Para tal foram analisados os resultados da terapia em 20 mil dos 70 mil infetados que receberam esse tratamento nos Estados Unidos.
Vários órgãos de comunicação social norte-americanas sublinharam que o anúncio da agência federal reguladora do setor do medicamento veio na sequência de acusações, feitas no Twitter por Donald Trump, de que os testes de vacinas e de tratamentos para a Covid-19 estavam a ser protelados para prejudicar as suas hipóteses de ser reeleito presidente dos Estados Unidos.
“É óbvio que esperam adiar a resposta para depois de 3 de novembro [data das eleições presidenciais]. Devem concentrar-se em ser mais rápidos, e em salvar vidas!”, escreveu Trump na rede social no sábado. Apesar disso, o presidente da FDA, Stephen Hahn garantiu que a Casa Branca não o pressionou para anunciar a autorização do tratamento no dia seguinte.
Neste momento há quase 5,7 milhões de infetados com Covid-19 nos Estados Unidos, e a pandemia causou a morte de mais de 176 mil norte-americanos. A resposta à pandemia e a crise económica que esta gerou conduziram à grande desvantagem de Trump em relação ao candidato presidencial do Partido Democrata, Joe Biden, vice-presidente de Barack Obama entre 2009 e 2016.
Quando faltam pouco mais de dois meses para as eleições, o atual presidente tem nove pontos de desvantagem em relação ao rival. Segundo a média de sondagens nacionais calculadas pelo site FiveThirtyEight, Biden lidera com 51,4% enquanto Trump não vai além de 42,2%.
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