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Estados Unidos querem alinhamento com a União em relação à Venezuela

A Casa Branca não tolerará uma eventual intervenção armada da Venezuela na Colômbia. E quer que a Rússia deixe de financiar o regime através da compra de petróleo.
11 Setembro 2019, 07h41

A Casa Branca quer uma resposta alinhada entre a União Europeia e os Estados Unidos para o problema da Venezuela, não só do ponto de vista político, mas também no que tem a ver com a “questão humanitária” dos “mais de 4,5 milhões de venezuelanos que se encontram refugiados” no sub-continente sul-americano.

Elliott Abrams, representante especial do governo de Donald Trump para a Venezuela, disse em ‘conference call’ a que o JE assistiu que “há cerca de quatro milhões e meio de refugiados que realmente estão em todo o hemisfério, mas particularmente na Colômbia, Peru e Equador e sabemos que o povo venezuelano está a sofrer muitos abusos dos direitos humanos”.

Abrams recordou que “a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, fez um relatório sobre os abusos dos direitos humanos na Venezuela, que incluem milhares de assassinatos extrajudiciais. Pedimos à União que se junte a nós para manter a pressão sobre o regime”.

Para a Casa Branca, a crise da Venezuela tem impacto em termos económicos e de refugiados, mas também em questões paralelas, como é o caso “do tráfico de narcóticos e das atividades de guerrilha – as FARC e o ELN”, para além da “questão da disseminação de regimes repressivos não-democráticos, em oposição à consolidação da democracia na região”.

Elliott Abrams afirma que “Maduro ordenou exercícios militares na fronteira; espero que seja apenas um ato político sem significado militar ou de segurança. E espero que as forças armadas da Venezuela não permitam que Maduro as leve a alguns riscos adicionais. Espero que eles não sejam loucos o suficiente para se envolverem em qualquer tipo de ataque à Colômbia. Certamente que, se isso acontecesse, a Colômbia teria o apoio total dos Estados Unidos”.

O representante da Casa Branca disse ainda que “as sanções funcionam melhor quando são multilaterais e em contexto de apoio político multilateral. É o caso da Venezuela. Existem sanções canadianas, existem sanções da União; o Brasil impôs há algumas semanas restrições de viagem. Penso que a União está prestes a impor mais sanções à Venezuela – sanções pessoais”.

Abrams recordou que “55 países que já reconhecem Juan Guaidó como o presidente interino legítimo, temos o grupo de Lima das democracias latino-americanas a apoiar os Estados Unidos, o Canadá e a União. Portanto, o contexto é de considerável apoio global à oposição democrática na Venezuela, ao presidente interino Guaidó. As sanções  estão a ter um impacto real”.

Para o representante especial da Casa Branca, “a oposição está unida por trás de Juan Guaidó. De facto, há alguns dias os partidos menores da coligação de oposição, que sob seu acordo têm o direito de nomear o próximo presidente da Assembleia Nacional em janeiro, disseram: ‘não queremos: estamos com Guaidó e todos devemos permanecer unidos atrás dele.

Abrams recordou ainda que “vimos ao longo de todo este ano uma dependência cada vez maior da PDVSA [a petrolífera do Estado venezuelano] e do regime para com os russos, tanto o governo russo como a Rosneft, a companhia petrolífera russa. Cada vez mais o petróleo da PDVSA está a ser entregue e vendido à Rosneft. A Rosneft transporta e comercializa, organiza o financiamento” do regime.

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