O painel “O mundo financeiro vai ser todo digital” contou com a presença de Fernando Braz, country leader da Salesforce, Pedro Ventaneira, CRO da Rauva, Rui Carvalho, COO e cofundador da Coverflex e Vera Esteves Cardoso, consultora da Morais Leitão. O mercado financeiro está em constante evolução, impulsionado por inovações tecnológicas e mudanças que redefinem as suas dinâmicas. A Rauva oferece uma proposta de valor, que passa por simplificar e transformar uma jornada, para que o empreendedor fique dedicado apenas ao seu negócio. O target são PME com faturações até cinco milhões de euros.
“O que trazemos de diferente em relação à banca tradicional é a parceria com os nossos utilizadores transformar uma jornada que para uma PME habitualmente é complexa desde a sua criação à entrega mensal de contas. O objetivo é simplificar essa jornada tornando o ciclo de negócio e financeiro ágil e simplificado e com isso permitir aos empreendedores e aos donos do negócio que se dediquem ao negócio. Oferecemos uma jornada integrada desde a criação da empresa, ao acesso às contas bancárias, geração de contas certificadas à produção das declarações fiscais associadas às mesmas com uma particularidade muito relevante, que é garantir a aproximação do evento de negócio e do correspondente fluxo financeiro ao suporte administrativo”.
A nossa ambição é ser líderes na oferta desta solução e temos um plano ambicioso de crescimento para o Sul da Europa caracterizado por um tecido empresarial semelhante ao português. “O nosso objetivo é expandir este modelo para Espanha, França, Itália e Grécia. É um processo de crescimento que obviamente tem as suas mas tirámos partido pelo facto de Portugal ser um polo dinamizador que nos permitiu ter uma base de arranque estabilizada e que nos deus asas para outros voos”.
A Salesforce nasceu há 26 anos na era da cloud. O mundo da tecnologia evoluiu, a web ganhou importância, o mobile cresceu e agora é o tempo dos agentes, que não vieram eliminar os humanos. “Estamos a viver o momento agentificação. Esta economia tem sido grande impulsionadora para gerar novas oportunidade de emprego, vão desaparecer algumas funções, mas serão criadas outras que estas ferramentas permitem”, refere o country leader da Salesforce.
Fernando Braz considera que a banca abraçou a evolução e a dinâmica tecnológica de forma absoluta. “Hoje em dia temos a trinity (triologia), que a Salesforce entende que é a única com capacidade linear de tratar os dados de uma forma muito simples. Temos a dimensão dos dados, aplicações e agentes. Tratamos muito bem os dados, vamos disponibilizar as ferramentas para que as empresas os possam tratar e servir melhor os seus clientes”, acrescenta o country leader da Salesforce, uma das maiores empresas de software empresarial.
Rui Carvalho, COO e cofundador da Coverflex, começa por esclarecer que a empresa não funciona como uma fintech tradicional, mas é essa a sua ambição ao “centralizar a informação” da vida financeira das pessoas – que, atualmente, “acaba por estar um pouco partida”.
A empresa “surgiu como uma plataforma” e assumiu um “posicionamento um pouco único […], onde surge o dinheiro”, na relação entre trabalhador e empresa, mas almeja a transformar-se “num hub financeiro que ajuda os trabalhadores a tomarem a melhor decisão”. Com isto, a Coverflex dá, por um lado, “visibilidade aos colaboradores e as ferramentas para a usarem” e, por outro, consegue “atrair novo investimento para produtos de poupança reforma”.
As perspetivas de curto-prazo são positivas, mas a inexistência de um verdadeiro mercado único consolidado na Europa coloca o continente numa desvantagem comparativa considerável perante os EUA, remata.
Do lado regulatório, Vera Esteves Cardoso, consultora da Morais Leitão, destaca o esforço da supervisão para se manter atualizada face às alterações no ecossistema, mas reconhece que, face a alguns atrasos e interrogações, é ainda uma incógnita “como vão estar articuladas estas supervisões todas”.
Projetando o futuro, para o próximo ano, os agentes devem “estar atentos às iniciativas que os reguladores tendem a ter, aproveitá-las, participar nos innovation hubs que já existem, responder a consultas públicas para dar mais oportunidade aos reguladores de conhecerem as dores mais práticas do sector”, ajudando-os a desenhar legislação em linha com as suas necessidades e práticas.
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