Portugal necessita de reforçar a proteção financeira para despesas de saúde nos idosos de forma a evitar que o risco de pobreza nesta faixa etária se agrave, pelo facto desta população destinar grande parte dos seus rendimentos para questões relacionadas com a saúde. Esta é uma das conclusões do ‘Relatório de Envelhecimento’, realizado pelos investigadores Pedro Pita Barros, detentor da Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” em Economia da Saúde, e Carolina Santos, no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE.
O documento analisa analisou o impacto que o envelhecimento populacional tem e irá ter sobre as despesas em saúde e o acesso da população idosa a cuidados de saúde, em seis vertentes específicas: impacto do envelhecimento na despesa em saúde; proteção financeira na velhice; acesso dos idosos a cuidados de saúde; envelhecimento ativo; reforma e acesso a cuidados de saúde e a pandemia da solidão.
Sobre o impacto do envelhecimento na despesa em saúde, o relatório indica que este fator vai depender da evolução do perfil de morbilidade e do aumento da esperança média de vida, realçando que “um envelhecimento saudável reduz a necessidade de medicamentos inovadores, cujos preços mais elevados pressionam mais os sistemas de saúde”.
Na proteção financeira na velhice, os investigadores apontam para o reforço nas despesas dos idosos ampliando apoios aos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos, para corrigir a regressividade atual dos gastos diretos em saúde, salientando que Portugal é um dos países da OCDE onde as despesas diretas em saúde representam uma maior percentagem da despesa total dos agregados familiares.
No que diz respeito ao acesso dos idosos a cuidados de saúde, o estudo revela que no último ano 14,2% dos idosos não compraram todos os medicamentos que necessitavam e que para fazer face a esta problemática é preciso “implementar medidas de apoio à aquisição de medicamentos mais abrangentes contribuindo desta forma para a redução da pobreza desta faixa etária”.
O documento relembra ainda os dados do Eurostat que apontam que em 2070 Portugal atingirá previsivelmente uma significativa percentagem de população com pelo menos 60 anos (39,21%).
“Portugal deve-se focar não apenas em promover o envelhecimento ativo e saudável das pessoas mais velhas, mas também implementar, entre adultos mais jovens (40-59 anos), estratégias indutoras de melhores níveis de saúde, segurança e participação na sociedade através de atividades não remuneradas”, apontam os investigadores.
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