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Uso de recursos naturais regressou a níveis pré-pandémicos, alerta Zero

“Este ano, verifica-se o expectável: na ausência de medidas estruturais que promovam um novo paradigma de desenvolvimento, a Humanidade voltou à sua tendência para acionar o cartão de crédito ambiental cada vez mais cedo”, disse a associação ambiental Zero.
28 Julho 2021, 17h50

A associação ambiental Zero revelou, esta quarta-feira, que a utilização de recursos naturais regressou as níveis de 2019 apesar da pandemia.

“Este ano, verifica-se o expectável: na ausência de medidas estruturais que promovam um novo paradigma de desenvolvimento, a Humanidade voltou à sua tendência para acionar o cartão de crédito ambiental cada vez mais cedo, tendência apenas interrompida em 2020 devido a fatores conjunturais”, aponta a Zero em comunicado onde assinala o dia da sobrecarga do planeta que se celebra hoje.

Esta quinta-feira, a humanidade consumiu os recursos planetários do ano e vai começar a viver a crédito, com a situação a regredir ao nível de 2019, depois de uma acalmia em 2020, devido à pandemia. O aviso foi feito terça-feira pela organização não governamental (ONG) norte-americana Global Footprint Network.

“Quando faltam mais de cinco meses para o final do ano, em 29 de julho teremos esgotado o orçamento planetário de recursos biológicos para 2021. Se tivéssemos necessidade de uma lembrança da emergência climática a ecológica com que estamos confrontados, o Dia da Sobrecarga da Terra encarrega-se disso”, indicou, em comunicado, Susan Aitken, dirigente política em Glasgow, cidade que vai acolher a 26.ª Conferência das Partes (COP26) da Convenção Quadro da Organização das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em Inglês), em novembro.

Para a associação é “urgente a tomada de consciência para a necessidade de alterar o paradigma de desenvolvimento no sentido de promover uma economia do bem-estar, que garante qualidade de vida para todos dentro do respeito pelos limites do planeta”.

Segundo a Zero “existem diversas soluções que podem ser adotadas coletiva ou individualmente e que podem ter um impacto significativo no tipo de futuro que pretendemos, entre eles: a forma como produzimos os alimentos e a dieta que seguimos, a quantidade de bens que consumimos, a forma como nos movemos, as fontes de energia que utilizamos, quantos filhos temos, que área salvaguardamos para
a vida selvagem”.

Um estudo sueco recente, de 21 de julho, apontou que os homens poluem mais do que as mulheres no dia-a-dia devido aos gastos com combustível.

A análise comparou homens e mulheres solteiros na Suécia e descobriu que a comida e as férias foram responsáveis por mais de metade de todas as emissões para homens e mulheres. Os cientistas descobriram que trocar carne e laticínios por alimentos vegetais e usar os comboios, em vez de usar aviões ou automóveis, reduz as emissões das pessoas em 40%.

Por sua vez, a Zero sugere redução da pegada ligada à mobilidade em 50%, diminuição do consumo de carne em 50% e redução do desperdício alimentar também para metade.

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