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Eu não como concertos

Como temos visto em sucessivos e importantes actos eleitorais, desde o “Brexit”, às eleições americanas e brasileiras, não está mais do que provado primeiro que as sondagens não andam a acertar e que as redes sociais são nefastas pela profusão de ‘fake news’ e maniqueísmo que proporcionam e, em especial, que os eleitores cada vez mais votam menos racionalmente.
23 Outubro 2018, 07h15

Antes de mais, sobretudo, antes que digam os leitores, que é mais do mesmo e que estou numa cruzada por ressabiamento, esclareço que se não tivesse havido o “putch”, palaciano, com o apoio de António Costa que afastou da liderança do PS-M, Carlos Pereira, e destruiu um projecto politicamente bem liderado e realmente capaz de fazer uma ruptura com o que foi o jardinismo e o que “grosso modo” está a ser a “renovação” do PSD-M, que mesmo já há um par de anos que nada quero nem sequer um café com aquele gente cafofiana e autárquica, salvo a Câmara Municipal de Machico e duas das suas Juntas de Freguesia, teria, em 2023, a exemplo dos comunistas aquando da segunda volta das presidenciais, entre Mário Soares e Freitas do Amaral, fechado os olhos e votado no homem – se já fosse militante – a quem denomino de mentiroso da Câmara Municipal do Funchal (volto a relembrar a mentira dita e repetida, nas eleições autárquicas de 2017, de que só pensava no Funchal, quando já estava em marcha o plano para assaltar o partido, aliás que o diga o emissário costista, Bernardo Trindade), mesmo sendo, para mim, o plágio um crime que desprezo com todo o meu ser.

Em 2023, seria, aliás, natural, que depois de cumprir, na íntegra, um segundo mandato, autárquico, bem como, finalmente, ter mostrado alguma capacidade governativa, que até agora não mostrou, excepto propaganda sem fim, sobretudo no suspeito do costume, o Diário de Notícias, mas não só, em que diz que tudo faz mas nunca como o vai fazer, o actual presidente da Câmara Municipal do Funchal acabasse por ser a escolha dos socialistas, desde que, repito, fosse militante e não apenas alguém que usa e abusa dos partidos, conforme se tem visto, ainda que com o apoio de uma clique, embora militante, muito mal formada e irracional que, ao contrário do que apregoava, é igual ao PSD-M tem sido ao logo dos anos, já que pelo poder tudo fazem, inclusive, ter alguém que nem é filiado no seu próprio partido a liderá-los.

Ainda sobre este assunto, tenho a certeza de que o PS-Nacional nunca iria aceitar ter como candidato a primeiro-ministro alguém que não fosse militante e que não tivesse, no mínimo, dado algumas provas de capacidade políticas nem que fosse enquanto líder na oposição, o que nem sequer é o caso, todavia, António Costa, com o apoio de um baronete regional, há muitos anos habituado a tudo ter a nada fazer, mais a maior coligação negativa alguma vez vista em que todos já estiveram uns contra os outros, caucionou a golpada.

Deixando tudo isso, que já foi dito e redito, para trás, vamos ao que realmente importa, neste artigo, que nem é quebra do compromisso assumido por António Costa que o co-financiamento do Novo Hospital seria na ordem dos 50%, o que se revelou uma mentira e que deveria ter por parte dos madeirenses e porto-santenses uma resposta bem clara nas três eleições a disputar no próximo ano, nem tão-pouco o facto, repetitivo, de o OE ser bem melhor para os Açores do que para a Madeira e Porto Santo, nem muito menos o PS-M ter um presidente desaparecido em combate e andar a falar a várias vozes: o GPPS-M, na ALRAM, fala sobre o Novo Hospital de uma forma e o Secretário-geral de outra, caindo, este, no ridículo de se congratular com tudo e com o nada, com o bom e com o mau.

Embora tenha no parágrafo acima ter escrito que ia ao que realmente importa, neste artigo, não resisto a este pequeno episódio, então não é que o presidente do PS-M, o tal do faz de conta, o tal apelidado de “Lebre do Norte” pelas razões sobejamente conhecidas, de ter ganho a liderança do PS-M não por ele, esteve no Congresso do PS-Açores e a grande razão que deu, no palanque, para que haja mudança, na Madeira e Porto Santo, foi o facto do PSD-M estar há muito tempo no poder, esquecendo-se que estava, nos Açores, onde o PS é poder há muito tempo mesmo. Enfim, está tudo dito da sua capacidade e inteligência política. Na verdade, sabe-se bem que o que preocupa é o futuro da prole e pouco mais.

Agora sim o que realmente interessa: como temos visto em sucessivos e importantes actos eleitorais, desde o “Brexit”, às eleições americanas e brasileiras, não está mais do que provado primeiro que as sondagens não andam a acertar e que as redes sociais são nefastas pela profusão de ‘fake news’ e maniqueísmo que proporcionam e, em especial, que os eleitores cada vez mais votam menos racionalmente. Fazem-no muito mais do que com o “coração”, ou seja, por sentimento, e não com a “razão”, pouco lhes interessando os programas eleitorais e a sua exequibilidade, a capacidade e idoneidade dos candidatos. Para muitos, não importa que fulano, beltrano e sicrano, não saiba defender nem explicar o que tanto promete, mas sim que aparente grande simpatia e mostre todos os dentes, mesmo que eles eleitores, por questões financeiras, não tenham acesso a um bom dentista, ou pior, voto nele porque apoia os músicos, que foi o que ainda há dias ouvi de uma assistente social, como se eu e ela metêssemos comer na mesa com pautas de música ou concertos.

 

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