Os Estados Unidos referiram hoje que o Brasil está a repetir a propaganda russa e chinesa “sem ter em conta os factos”, depois do Presidente brasileiro ter acusado Washington e União Europeia (UE) de prolongar o conflito na Ucrânia.
“Neste caso específico, o Brasil está a repetir a propaganda russa e chinesa, sem ter em conta os factos”, realçou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, órgão diretamente ligado ao Presidente norte-americano.
Luiz Inácio Lula da Silva defendeu no sábado que os Estados Unidos devem parar de “encorajar a guerra” na Ucrânia e a União Europeia deve “começar a falar de paz”.
Desta forma, explicou aos jornalistas, a comunidade internacional poderá “convencer” o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que “a paz é do interesse de todo o mundo”.
“É necessária paciência” para falar com Putin e Zelensky, disse. “Mas, acima de tudo, temos de convencer os países que fornecem armas, que encorajam a guerra, a parar”, acrescentou.
Lula da Silva falava na conclusão de uma visita aos EAU depois de ter estado na China.
Na mesma ocasião, o chefe de Estado brasileiro disse esperar que China, EAU e outros países se juntem num “G20 político” para tentar pôr fim à guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia.
Também a Comissão Europeia rejeitou hoje as acusações feitas pelo Presidente do Brasil.
“Não é verdade que os EUA e a UE estejam a ajudar a prolongar o conflito. A verdade é que a Ucrânia é a vítima de uma agressão ilegal, uma violação da Carta das Nações Unidas”, sustentou o porta-voz do executivo comunitário para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Peter Stano, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
Peter Stano acrescentou que “é verdade que a UE, os EUA e outros parceiros estão a ajudar a Ucrânia na sua legítima defesa”.
A outra opção, segundo prosseguiu o porta-voz, era “a destruição da Ucrânia”.
“No que diz respeito a iniciativas de paz, a UE apoiou-as muito antes de [Presidente russo, Vladimir] Putin decidir lançar esta carnificina contra a população ucraniana (…), a resposta foi a agressão infortuna de fevereiro do ano passado”, frisou o porta-voz da Comissão Europeia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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