[weglot_switcher]

PSD critica declarações de Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia

O vice-presidente do partido pede ao Governo que se demarque das afirmações do presidente do Brasil, mas mantém o apoio à visita de Lula da Silva a Portugal. “Não podemos pactuar nem contemporizar, impávidos e serenos, com as declarações reiteradas que omitem e esquecem que há um estado agressor e um estado agredido”, explicou Paulo Rangel.
16 Abril 2023, 12h54

O Partido Social-Democrata (PSD) distanciou-se este domingo das declarações do presidente do Brasil sobre a guerra na Ucrânia e pediu ao Governo português que se demarque das mesmas, por vias diplomáticas e publicamente.

“O PSD não pode deixar de discordar, criticar e lamentar as opções de política externa do Brasil, no que à invasão da Ucrânia e à guerra de agressão da Rússia diz respeito, bem patentes em múltiplas declarações do presidente do Brasil e – em boa verdade – até declarações do seu antecessor”, disse o vice-presidente do PSD, em declarações à imprensa.

Lula da Silva, que está a terminar uma visita aos Emirados Árabes Unidos, afirmou esta manhã que a guerra da Ucrânia foi provocada por “decisões tomadas por dois países”, a Rússia e a Ucrânia, e propôs que houvesse uma mediação conjunta do conflito entre a China e os Emirados Árabes Unidos, onde o chefe de Estado brasileiro se encontra, mais precisamente em Abu Dhabi.

O vice-presidente do PSD explicou que o partido “toma boa nota” da condenação da invasão russa que o Brasil fez no âmbito das votações das Nações Unidas, porém não se revê nestas recentes afirmações e considera que o primeiro-ministro deve fazer a mesma demarcação.

“Não podemos pactuar nem contemporizar, impávidos e serenos, com as declarações reiteradas que omitem e esquecem que há um estado agressor e um estado agredido, que há uma violação da integridade territorial da Ucrânia que rasga os princípios sagrados do Direito Internacional, que a federação russa e o regime de Putin têm cometido sucessivos crimes de guerra”, referiu Paulo Rangel, aos jornalistas.

Paulo Rangel ressalvou, no entanto, que o PSD atribui “enorme valor” à visita de Lula da Silva a Portugal, daí a importância de fazer este esclarecimento. “Esta visita tem de ser uma ocasião para relançar e intensificar as relações económicas, culturais e políticas com o Brasil. Além disso, esperamos que o Estado português possa ser o motor de um novo fôlego das relações do Brasil com a União Europeia. Portugal é a ponte natural entre o Brasil e a Europa”, defendeu o social-democrata.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.