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EUA: Confiança dos consumidores cai a pique em novembro para mínimos de sete meses

A leitura de novembro espelha a deterioração das perspectivas das famílias norte-americanas, sobretudo no que diz respeito ao emprego, que parece ter entrado numa fase estagnada de “não contrata, não despede”.
25 Novembro 2025, 16h40

A confiança dos consumidores norte-americanos caiu a pique em novembro, tocando mínimos de abril deste ano numa altura em que o mercado laboral cria preocupações às famílias, incluindo quanto ao rendimento disponível no próximo ano.

O índice de confiança dos consumidores compilado pelo Conference Board caiu 6,8 pontos em novembro para 88,7, o valor mais baixo desde abril deste ano. O subindicador referente à situação atual caiu 4,3 pontos para 126,9, mas o relativo às expectativas perdeu 8,6 pontos, recuando para 63,2. É a décima leitura consecutiva deste último índice abaixo de 80 pontos, valor abaixo do qual o indicador sinaliza uma recessão a caminho.

No comunicado de imprensa do Conference Board, a economista-chefe sublinhou a deterioração das perspectivas das famílias norte-americanas, sobretudo no que diz respeito ao emprego.

“Os consumidores estavam marcadamente mais pessimistas quanto ao ambiente de negócios daqui a seis meses. As expectativas para meados de 2026 relativamente ao mercado de trabalho permaneceram decididamente negativas e as perspectivas para o crescimento do rendimento disponível encolheram dramaticamente”, ilustrou Dana Peterson.

No detalhe, os sinais de preocupação com o mercado laboral são evidentes. A percentagem de inquiridos que considera que os empregos são “abundantes” caiu de 28,6% para 6%, um efeito claro do atual ambiente de estagnação vivido no emprego nos EUA, que parece ter caído numa situação de “não contrata, não despede”.

Esta deterioração é transversal a quase todos os grupos de rendimento, sendo que apenas os consumidores no grupo mais desfavorecido, a receber abaixo de 15 mil dólares anuais, reportam uma melhoria marginal, embora mantendo-se como a demografia com expectativas mais contidas.

Em sentido inverso, as expectativas relativamente à inflação voltaram a subir, com os consumidores a apontarem a 4,8% daqui a um ano – muito acima dos 2% projetados pela Fed.

Estes resultados foram publicados no mesmo dia em que a ADP, empresa responsável pelo processamento de salários no ramo privado, reportou uma queda de 13.500 postos por semana no último mês, adensando as apreensões das famílias norte-americanas e dos economistas.


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