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EUA: Crescimento no segundo trimestre desapontou, mas analistas antecipam forte retoma já na próxima leitura

Apesar dos dados desta semana terem ficado aquém das expectativas do mercado e dos analistas, o terceiro trimestre deverá ser de forte retoma e números impressionantes no crescimento, dada a expectativa de diminuição das dificuldades nas cadeias de fornecimento. Tal poderá significar já na segunda metade de 2022 uma economia norte-americana maior do que teria sido verificado sem crise pandémica, apontam ING e Pantheon.
  • 10 – Estados Unidos
30 Julho 2021, 17h45

Apesar dos dados sobre o crescimento da economia norte-americana no segundo trimestre terem ficado aquém das previsões dos mercados e analistas, a opinião geral relativamente aos 6,5% de crescimento anualizado é de que este valor permite antecipar um forte terceiro trimestre, além de significar uma recuperação total do produto perdido com a chegada da Covid-19 à maior economia do mundo.

Com as expectativas dos analistas a centrarem-se na casa dos 8,5% de crescimento do PIB, de acordo com o levantamento do portal TradingEconomics, os números conhecidos esta quinta-feira não deixam de desiludir. Juntando a isto a manutenção dos pedidos semanais de desemprego na casa dos 400 mil, depois do máximo de dois meses registado na leitura da semana anterior, os sinais vindos do outro lado do Atlântico poderiam ser desanimadores.

Ao invés, os analistas do Banco ING e do think-tank Pantheon destacam a expansão do mercado interno, a reboque dos estímulos ao consumo colocados em prática pelo Congresso, bem como o contributo negativo e forte dos constrangimentos nas cadeias de fornecimento, que impediram números de crescimento mais elevados.

Ambas as análises destacam o impacto negativo dos inventários no país, que condicionaram a atividade económica e obrigaram a mais importações. Simultaneamente, as perturbações nos fornecimentos contribuem para uma maior instabilidade no mercado laboral, com várias indústrias, sobretudo a automóvel, a ajustarem os níveis de trabalhadores consoante a produção que conseguem atingir.

Assim, a perspetiva destes especialistas é que, uma vez ultrapassadas estas dificuldades nas linhas de produção, o crescimento possa disparar, algo que é esperado já no terceiro trimestre. A contribuir para esta avaliação está também a melhoria de vários indicadores no final do segundo trimestre, destaca o ING, o que permite antecipar uma tendência de crescimento em julho, agosto e setembro.

Outro ponto positivo que ambas as instituições destacam prende-se com o retorno da economia a um produto superior ao registado antes da chegada da pandemia. Sublinhando que o produto real atual se mantém abaixo do que seria esperado caso se tivesse mantido a rota de crescimento pré-Covid, o cenário atual corresponde já a um produto superior ao verificado em março de 2020.

Adicionalmente, a expectativa é que o tamanho da economia norte-americana ultrapasse, daqui a um ano, aquele que teria sido o registado caso não tivesse havido pandemia, o que espelha bem a impressionante recuperação vivida desde a chegada do SARS-CoV-2.

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