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EUA disponibilizam FBI para ajudar Angola a recuperar fundos desviados

O subsecretário de Estado americano, John Sullivan, manifestou nesta segunda-feira em Luanda, a disponibilidade do seu país em colocar o FBI à disposição do governo angolano para ajudar na localização e recuperação de dinheiro e outros ativos retirados ilegalmente do país. Fundos desviados poderão somar mais de 4.140 milhões de euros.
  • José Sena Goulão / EPA
18 Março 2019, 16h04

O subsecretário de Estado americano, John Sullivan, manifestou nesta segunda-feira, 18 de março, em Luanda a disponibilidade do seu país em estreitar e aprofundar as “longas as relações” existentes entre os dois países, avança o site da Angola Voz da América (VOA). Segundo este site, uma das parcerias estratégicas pode passar por colocar o FBI, a polícia de investigação americana, e outras instituições à disposição do Governo angolano para ajudar na localização e recuperação de dinheiro e outros activos retirados ilegal e criminosamente do país”. Em causa estão mais de 4.140 milhões de euros.

De acordo com o site VOA, em declarações à imprensa, no fim da audiência com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, o diplomata americano disse que o foco principal da sua visita tem a ver com “o compromisso dos Estados Unidos para as parcerias estratégicas que existem com Angola”.

John Sullivan transmitiu a João Lourenço ser desejo de Washington levar os corruptos à justiça e recuperar os activos retirados de Angola e que estejam escondidos nos Estados Unidos ou em outra parte do mundo, a exemplo do que sucedeu com a Nigéria.

O diplomata lembrou que o seu país tem “pessoal treinado, investigadores e procuradores, que podem ajudar o Governo angolano na recuperação destes activos e devolvê-los aos reais donos, o povo angolano”, avança o site VOA.

As declarações do número dois do Departamento de Estado americano, surgem depois de o Presidente da República de Angola ter avançado, no sábado, 16 de março, em Benguela, que vão ser accionados “nos próximos dias” mecanismos “para o Estado reaver o património e os activos que lhe pertencem”, considerando o relatório sobre os investimentos privados realizados com recurso a “avultados fundos públicos”, que dá conta de que o Estado foi lesado em e 4.700 milhões de dólares (4.147 milhões de euros) “no mínimo, chocante e repugnante”.

João Lourenço acrescentou ainda que três meses após o prazo de 26 de Dezembro e seis meses após a entrada em vigor da Lei de Repatriamento Coercivo de Capitais, Angola está empenhada a trabalhar nesta direcção, “com o concurso dos cidadãos que denunciam, dos competentes serviços de investigação, do Ministério Público e dos tribunais, que intervirão quando chegar o momento”.

John Sullivan termina hoje a visita a Angola, onde se encontra desde sábado, 16 de março, numa visita oficial a Angola, onde sinalizou a melhoria do clima de negócios “para criar condições para um maior envolvimento comercial dos Estados Unidos”.

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