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EUA: Estudantes internacionais com aulas online em risco de serem deportados

De acordo com o comunicado do ICE, os novos alunos matriculados em instituições que ofereçam programas totalmente online não irão receber aprovação para vistos. Quanto aos alunos já matriculados, estes deverão transferir-se para outras escolas ou abandonar o país caso a situação seja a mesma.
7 Julho 2020, 15h01

O departamento de imigração dos EUA (ICE, sigla em inglês) anunciou, esta terça-feira, que para permanecerem no país no próximo ano letivo, os estudantes internacionais deverão ter, obrigatoriamente, aulas presenciais nas suas universidades. Os estudantes que ficarem no país mas só tiverem aulas online poderão enfrentar “consequências de imigração, incluindo, entre outros, o início de um processo de retirada”, lê-se no comunicado oficial.

De acordo com o ICE, os novos alunos matriculados em instituições que ofereçam programas totalmente online não irão receber aprovação para vistos. Quanto aos alunos já matriculados, estes deverão transferir-se para outras escolas ou abandonar o país caso a situação seja a mesma.

A medida deverá afetar uma quantidade substancial de alunos já que, de acordo com o “The Verge” que cita o o Chronicle of Higher Education, 8% das faculdades americanas estão a planear um semestre somente online, incluindo Harvard e Bowdoin, embora algumas dessas escolas esteja também a considerar convidar um número reduzido de estudantes de volta ao campus.

Já os alunos que frequentem instituições que ofereçam um modelo híbrido poderão permanecer nos EUA, desde que não tenham uma carga horária maioritariamente online. Para tal, as escolas deverão certificar-se do regime de ensino junto do programa de estudantes de intercâmbio (SEVP, sigla em inglês) e assegurar que os alunos estão a ter “o número mínimo de aulas online necessárias para o progresso normal do seu programa de graduação”.

Enquanto isso, os estudantes internacionais, que tenham regressado aos seus países de origem e permaneçam lá nos próximos meses, apenas poderão manter o seu estatuto de estudante ativo e ter aulas de forma remota se a instituição adotar esse regime.

Pelo menos 23% das universidades americanas planeiam oferecer algum tipo de modelo híbrido, incluindo a Universidade da Pensilvânia, Yale, Stanford, Georgetown e Northwestern. As escolas que mantenham o seu regime de aulas online devem notificar o SEVP até 15 de julho, enquanto as que usam uma opção híbrida devem delinear seus planos até 1 de agosto.

Os vistos F-1, que permitem aos imigrantes estudarem nos EUA, normalmente permitem que os estudantes tenham, pelo menos, uma aula online por semestre. Porém, com o início da pandemia da Covid-19, muitas universidades foram forçadas a adotar um regime de ensino online como forma de manter o percurso escolar sem correr o risco de perderem os seus vistos.

O novo regulamento é uma das várias ações recentes que o governo Trump adotou para restringir a imigração durante a pandemia. Em junho, o presidente Trump ordenou que as autoridades de imigração negassem os carimbos de entrada de vários vistos de trabalhadores estrangeiros. A medida será aplicada nos vistos tipo H-1B, H-2B, H-4, L-1 y J-1 e nos vistos de residência conhecidos como ‘green cards’, o que pode evitar a entrada no país de mais de 240 mil estrangeiros.

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