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EUA: Fed mantém juros inalterados pela quarta vez seguida

O mercado foca-se cada vez mais na esperada redução dos juros, tendo vindo a ajustar as suas perspetivas nas últimas semanas e afastando-se da possibilidade de cortes já na próxima reunião, em março.
31 Janeiro 2024, 19h02

A Reserva Federal manteve os juros de referência nos EUA inalterados na reunião desta quarta-feira, uma decisão largamente esperada pelos mercados face à desinflação que se tem registado. O foco está agora colocado na descida dos juros, com os analistas e investidores a distanciarem-se cada vez mais da possibilidade de cortes já em março.

Os juros diretores na maior economia do mundo ficam assim entre 5,25% e 5,5% pela quarta reunião consecutiva depois da subida de taxas mais agressiva dos últimos 40 anos, face a uma inflação persistente e demasiado elevada para o objetivo de 2% do banco central. Recorde-se que o indicador de preços atingiu um pico de 9,1% em termos homólogos em maio de 2022, tendo, entretanto, recuado até 3,4% na leitura mais recente.

Ainda assim, os últimos meses foram de alguma estabilização na casa dos 3%, dadas as sete leituras consecutivas acima deste valor. Dezembro interrompeu uma série de três meses consecutivos com desacelerações homólogas, com o indicador a subir de 3,1% para 3,4%.

A visão geral do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês) é de que o aperto monetário estará concluído, embora sem avançar com timings específicos para a normalização da política. O mercado chegou a apostar em força em cortes já em março, mas a probabilidade implícita estimada pelos investidores e analistas tem vindo a cair.

A decisão desta quarta-feira foi o resultado de uma votação unânime entre os membros do comité da Fed, informa o banco central.

No comunicado a informar da decisão desta quarta-feira, a Fed alterou uma parte considerável da linguagem, deixando algumas pistas quanto à evolução de curto prazo da política monetária. O FOMC afirma não ter planos, por enquanto, para cortar taxas, projetando que tal não será adequado “até termos mais confiança que a inflação está a mover-se sustentadamente para os 2%”.

Por outro lado, mais subidas não são de excluir, com o comunicado a não fazer afirmações explícitas sobre esta possibilidade. A frase referente aos efeitos cumulativos da subida de juros também foi retirada da comunicação de janeiro.

Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, há um mês o mercado atribuía uma probabilidade de 73,4% a um corte de 25 pontos base (p.b.) na reunião de 20 de março, valor que baixou até 44,7% esta quarta-feira.

[notícia atualizada às 19h10]

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