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EUA: Guerra comercial com a China custou até 245 mil empregos

A guerra comercial com a China, que o presidente Donald Trump ‘inventou’ como forma de suprimir a concorrência asiática, custou até um máximo de 245 mil empregos norte-americanos.
  • Presidente chinês, Xi Jinping, e governante norte-americano, Donald Trump, conversam durante evento em Pequim, em 2017
14 Janeiro 2021, 20h53

Os analistas já tinham avisado: a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China – um dos grandes ‘cavalos de batalha’ da administração Trump, custou aos norte-americanos até 245 mil postos de trabalho. Não está mensurado o número de postos de trabalho que a China terá perdido – mas o certo é que a guerra comercial foi sempre considerada má para os dois países envoolvidos.

A boa notícia é que uma redução gradual das tarifas de ambos os lados – ou seja, o fim gradual da guerra comercial – impulsionaria o crescimento e levaria à criação rápida de até 145 mil novos postos de trabalho até 2025, segundo revela um estudo encomendado pelo Conselho de Negócios EUA-China (USCBC).

O grupo, que representa as principais empresas norte-americanas que fazem negócios na China, disse que o estudo da Oxford Economics também inclui um “cenário de escalada” que estima que um afastamento significativo das duas maiores economias do mundo poderia reduzir o PIB dos Estados Unidos em 1,6 biliões de dólares nos próximos cinco anos. A acontecer, isso poderia resultar na perda de mais até 732 mil empregos nos Estados Unidos em 2022 e 320 mil em 2025, revela o estudo.

O relatório foi divulgado poucos dias antes de o presidente eleito Joe Biden assumir o cargo e começar uma análise profunda da política comercial dos Estados Unidos, incluindo consultas com aliados sobre as tarifas punitivas norte-americanas impostas por Trump.

Biden – que não é conhecido por ser um admirador da China e da sua agressiva economia – disse que não planeia alterar imediatamente as tarifas de Trump, mas afirmou que trabalhará com os aliados para pressionar a China a mudar o seu comportamento comercial.

O presidente do USCBC, Craig Allen, que tem apoiado os esforços de Trump para mudar as políticas de comércio e transferência de tecnologia para a China, disse, citado pela comunicação social do país, que é importante que o grupo articule as consequências das escolhas políticas no relacionamento entre as duas economias. “No caso das tarifas, é muito importante que entendamos o custo económico total dessas escolhas”, disse Allen.

O estudo estima que as exportações dos Estados Unidos para a China sustentam 1,2 milhões de empregos norte-americanos e que as empresas multinacionais chinesas empregam diretamente 197 mil norte-americanos, enquanto as empresas ‘caseiras’ investiram 105 mil milhões de dólares na China em 2019.

“Com a previsão de que a China impulsionará cerca de um terço do crescimento global na próxima década, manter o acesso ao mercado chinês é cada vez mais essencial para o sucesso global das empresas norte-americanas”, conclui o estudo.

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