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EUA: Impacto da reeleição de Trump é mais negativo que eleição de Harris

A Goldman Sachs fez as contas e concluiu que o impacto de Donald Trump como presidente seria mais negativo que a eleição da democrata Kamala Harris. Principalmente para a Alemanha.
22 Outubro 2024, 13h39

O resultado das eleições nos Estados Unidos “poderá ter implicações importantes para a economia da zona euro devido às alterações que trará”. “Política comercial norte-americana, pressões de segurança e defesa e políticas internas dos EUA” estarão na linha da frente da mudança, segundo um research da responsabilidade de Goldman Sachs. “Embora uma presidência da democrata Kamala Harris fosse provavelmente a continuação do status quo em todas as três frentes, uma presidência de Trump poderia levar a algumas mudanças sensíveis”, refere o estudo.

Taxas aduaneiras mais elevadas “levariam provavelmente a um aumento acentuado da incerteza da política comercial, o que pesaria no crescimento da zona euro. Na verdade, a economia da Europa abrandou acentuadamente durante a guerra comercial de 2018-19 [com a China], o que se deveu mais à incerteza em torno das taxas aduaneiras que aos próprios aumentos das tarifas”. A consultora estima que “uma tarifa generalizada de 10% reduziria o PIB da zona euro em cerca de 1%, com efeitos mais negativos na Alemanha que em qualquer outro ponto da área do euro, dada a sua maior abertura e dependência da atividade industrial”. O impacto das tarifas mais elevadas na inflação na zona euro seria provavelmente pequeno, refere ainda a Goldman Sachs.

“O resultado das eleições poderá também implicar novas pressões nas áreas da defesa e segurança para a Europa. Tendo a NATO a exigência de gastar 2% do PIB na defesa e compensar a potencial redução do apoio militar dos estados Unidos à Ucrânia, poderia custar à UE mais 0,5% do PIB por ano”, diz o banco. “Qualquer impulso de crescimento resultante, no entanto, seria provavelmente limitado por modestos multiplicadores das despesas militares na Europa, pressão ascendente sobre os rendimentos a longo prazo devido a défices mais elevados e confiança negativa como efeito do elevado risco geopolítico”.

Finalmente, “os cortes fiscais e a desregulação nos Estados Unidos poderão repercutir-se na Europa através de uma procura mais forte na economia norte-americana. O alívio fiscal nos Estados Unidos poderá impulsionar a atividade na área do euro em cerca de 0,1%. No entanto, as condições financeiras líquidas seriam provavelmente atenuadas, uma vez que o euro estaria consideravelmente mais fraco e compensaria o efeito de taxas de longo prazo mais elevadas.

“Em conjunto, estas alterações políticas reduziriam o PIB da área do euro em cerca de 1% e aumentariam a inflação em 0,1 pontos percentuais. Quanto maior e mais persistente for o efeito no crescimento que na inflação, mais margem haveria a favor da continuação dos cortes das taxas do Banco Central Europeu em 2025, com, entre os 30 a 40 pontos percentuais.

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