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EUA: Inflação volta a subir em junho para 2,7%

Esta leitura vinha ganhando importância para investidores e analistas face à incerteza criada pelos avanços e recuos nos anúncios tarifários da administração Trump e os efeitos na economia real parecem já se estar a materializar.
15 Julho 2025, 13h41

A inflação nos EUA subiu consideravelmente em junho, saltando de 2,4% para 2,7% e batendo as expectativas do mercado. É a segunda subida consecutiva do indicador e a leitura em cadeia mais alta deste ano, sinalizando que os efeitos da política comercial de Trump se começam a fazer sentir.

A componente dos bens alimentares foi a principal responsável pela subida homóloga, acelerando 3%, enquanto a energia até caiu 0,8% em comparação com igual período do ano passado. O indicador subjacente, que ignora estas duas categorias, ficou em 2,9%, uma subida de 0,1 pontos percentuais (pp) em relação às leituras dos três meses anteriores.

Em cadeia, a inflação ficou em 0,3%, igualando assim a média das projeções dos analistas no levantamento do portal Investing.com. Já a inflação core em cadeia acelerou de 0,1% para 0,2%.

A leitura de junho vinha ganhando importância para investidores e analistas face à incerteza criada pelos avanços e recuos nos anúncios tarifários da administração Trump, que ameaçam não só agravar preços na maior economia do mundo, como também adiar decisões de investimento e reduzir o crescimento.

Esta tendência de agravamento dos preços pode ser ainda mais significativa caso se materializem as ameaças mais recentes de Trump, que quer impor mais tarifas na casa dos dois dígitos numa série de nações e blocos económicos a partir de 1 de agosto. Estas juntar-se-iam às já anunciadas barreiras à importação de alumínio, aço, carros e componentes, além de bens provenientes do Brasil ou da China.

Os mercados procuravam assim ter alguns sinais do impacto das tarifas norte-americanas na economia real, temendo nova onda inflacionista que coloque a Reserva Federal novamente em terreno mais delicado. Trump tem repetidamente ameaçado o presidente do banco central, sugerindo que este é incapaz de ocupar o cargo ou mostrando apoio a investigações à sua conduta.

[notícia atualizada às 13h48]

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