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EUA: Joe Biden vence recontagem na Geórgia e retira margem de manobra a Donald Trump

Na Geórgia, o democrata derrotou o presidente cessante por 12.284 votos, numa margem ainda mais pequena do que os iniciais 14 mil votos de diferença anunciados. Após o anúncio, Biden afirmou que Donald Trump mostrou “uma incrível irresponsabilidade” ao não assumir a derrota.
  • WASHINGTON, DC – SEPTEMBER 29: (Photo by Sarah Silbiger/Getty Images)
20 Novembro 2020, 13h53

O estado da Geórgia voltou a confirmar a vitória de Joe Biden, após a recontagem oficial dos votos por forma manual. Apesar dos esforços legais por parte do atual presidente Donald Trump para tentar reverter a ascensão do democrata à presidência, três estados onde foi solicitada a recontagem deram a vitória ao 46º presidente norte-americano, revela a “BBC”.

Na Geórgia, o democrata derrotou o presidente cessante por 12.284 votos, numa margem ainda mais pequena do que os iniciais 14 mil votos de diferença anunciados. Após o anúncio, Biden afirmou que Donald Trump mostrou “uma incrível irresponsabilidade” ao não assumir a derrota.

Com uma margem de 5,9 milhões de votos, e com um Colégio Eleitoral de 306, face aos 232 de Trump e aos 270 que precisava para ganhar, Joe Biden vai assumir a presidência dos Estados Unidos a 20 de janeiro. No entanto, Donald Trump continua a defender a tese da fraude eleitoral, impedindo a inevitável transição para a administração Biden.

Com a recontagem dos votos, de forma manual, o sistema de votação da Geórgia conseguiu comprovar que não se verificou qualquer fraude nos seus municípios, com a diferença entre os dois candidatos a manter-se abaixo dos 0,5%, sendo que durante a recontagem foram encontrados seis mil boletins de voto que estavam perdidos. A Geórgia é um estado notoriamente republicano, e esta é a primeira vez, desde 1992, que o estado reconhece um candidato democrata como o vencedor das eleições.

Com as dúvidas e incertezas que Donald Trump tem colocado, ao sustentar que a eleição foi fraudulenta, Joe Biden afirmou que o presidente cessante enviava “mensagens incrivelmente prejudiciais para a sociedade e para o resto do mundo sobre como a democracia funciona”.

O presidente-eleito acrescentou ainda que, Trump ao realizar estas declarações e acusações poderia ser lembrado como “um dos presidentes mais irresponsáveis da história da América”. “É difícil perceber como este homem pensa”, disse Biden, acrescentando que o que Trump está a fazer, para não sair da presidência, “é um ultraje”, uma vez que os cidadãos pensam que as declarações são “legitimadas”.

Com todas as declarações que tem feito desde as eleições, Donald Trump perdeu o apoio de muitos republicanos, que se têm insurgido contra o presidente. Um dos primeiros foi o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, seguindo-se Mitt Romney. “Ao falhar em apresentar um caso plausível de fraude ou conspiração perante qualquer tribunal, o presidente agora recorreu à pressão aberta sobre as autoridades estatais e locais para tentar subverter a vontade do povo e anular o resultado das eleições”, escreveu no Twitter, acrescentando que “é difícil imaginar uma ação mais anti-democrática de um presidente americano em exercício”.

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