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Kamala Harris em campanha ainda não disse quem será o seu vice

Os comentadores especulam que a escolha deve recair sobre Josh Shapiro, atual governador da Pensilvânia. Antes da convenção, a vice-presidente tem ainda de enfrentar uma votação a 7 de agosto. Se tudo correr bem, estará a 10 de setembro nas televisões, enfrentando Donald Trump.
24 Julho 2024, 07h30

A vice-presidente Kamala Harris está campanha no Estado de Wisconsin naquela que é a primeira viagem enquanto candidata democrata às eleições presidenciais de novembro. Ou quase: antes disso, terá um dia especialmente importante a 7 de agosto, quando os membros eleitos para a convenção do partido votarem (ou não) na sua candidatura. Só depois disso (e se vencer), Kamala Harris chegará à convenção (de 19 a 22 de agosto) como candidata. E só nessa altura receberá, em princípio, o apoio de Barack Obama, talvez o mais influente democrata da atualidade. O antigo presidente, dizem os analistas, gosta das coisas ‘by the book’ e não assumirá este apoio antes de o partido passar pelos degraus ‘logísticos’ institucionais.

Menos de 36 horas depois de Biden endossar Harris, a sua vice garantiu a nomeação ainda na noite de segunda-feira ao conquistar o apoio prometido da maioria dos delegados do partido que determinarão a nomeação, disse fonte da campanha citada pelos jornais norte-americanos. “Estou orgulhosa de ter garantido o amplo apoio necessário para me tornar a candidata do nosso partido”, disse Harris em comunicado. “Estou ansioso para aceitar formalmente a nomeação em breve.” Uma sondagem da Associated Press entre os delegados à convenção deu sinais de que Harris deverá contar com o apoio de mais de 2.500 delegados, bem acima dos 1.976 necessários para ganhar a nomeação formal.

Na convenção – mas pode acontecer antes – Kamala Harris dirá sobre quem recai a sua escolha para vice-presidente. As ‘apostas’ estão principalmente do lado de Josh Shapiro, atual governador da Pensilvânia. Não sendo declaradamente pertencente à ala esquerdista dos democratas, Shapiro, de ascendência judia – e apoiante de Israel no conflito com o Hamas – é um criador de consensos e tem assumido uma postura centrista que parece ‘encaixar’ bem com a mais esquerdista Kamala Harris. Sendo este (o conflito interno entre a esquerda e a direita) um problema antigo dos democratas, o governador da Pensilvânia pode ser a base do entendimento para que todo o partido alinhe atrás da atual vice-presidente da federação.

Uns dias mais tarde, a 10 de setembro, Kamala terá um momento especial – se ninguém faltar por comparência: um debate televisivo com Donald Trump, que tem dito que será ainda mais fácil vencer Harris que Joe Biden.

A viagem a Wisconsin deu a Harris a oportunidade de redefinir a campanha dos democratas. Mas a base será a mesma: o ataque a Donald Trump. Wisconsin está entre o trio dos chamados Estados da cintura de ferrugem (que incluem Michigan e Pensilvânia) que são críticos para os democratas derrotarem Trump.

Entretanto, o candidato republicano fez mais uma ‘vítima’: a diretora dos Serviços Secretos dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, demitiu-se depois de a agência ter estado sob severo escrutínio por não ter impedido o atentado que feriu Trump. Os Serviços Secretos são responsáveis pela proteção de atuais e ex-presidentes, e enfrentam agora uma crise depois de terem falhado no comício de candidato republicano.

Cheatle enfrentou uma condenação de ambos os partidos do Congresso quando compareceu perante esta segunda-feira no Comité de Supervisão da Câmara dos Representantes. Na altura, segundo a imprensa norte-americana, Cheatle recusou-se a responder a perguntas sobre o plano de segurança para os comícios. No dia seguinte, esta terça-feira, demitiu-se. “Embora a renúncia da diretora Cheatle seja um passo em direção à responsabilização, precisamos de uma revisão completa de como essas falhas de segurança aconteceram para que possamos evitá-las daqui para frente”, disse James Comer, presidente republicano do comité, em comunicado.

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