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EUA: Powell reforça importância do mercado laboral nas decisões de política monetária

“Dado o progresso que fizemos nos últimos dois anos em abrandar a inflação e arrefecer o mercado laboral, uma inflação elevada não é o único risco que corremos”, relembrou aos senadores na audição semestral do presidente da Reserva Federal no Senado norte-americano.
9 Julho 2024, 18h09

O presidente da Reserva Federal norte-americana procurou esta terça-feira reforçar a importância de manter os dados dos preços e do mercado laboral sob vigilância, sublinhando os riscos de manter os juros em níveis elevados por demasiado tempo. Jerome Powell lembrou também a importância do emprego nas decisões de política monetária, por oposição ao foco colocado na vertente dos preços.

No primeiro de dois dias da audição semestral do presidente da Fed no Senado norte-americano, Powell manteve largamente o discurso que já tinha tido em Sintra, no Fórum do Banco Central Europeu (BCE), procurando afastar-se de quaisquer compromissos com a evolução dos juros diretores. Ao invés, a palavra de ordem continua a ser dependência dos dados, sendo que não é só a inflação que a Fed está a monitorizar.

“Dado o progresso que fizemos nos últimos dois anos em abrandar a inflação e arrefecer o mercado laboral, uma inflação elevada não é o único risco que corremos”, relembrou aos senadores, apesar de reconhecer que a economia norte-americana continua forte. Os riscos estão agora mais equilibrados, mas “baixar taxas cedo ou tarde demais pode enfraquecer o crescimento ou o emprego”.

Apesar da tentativa de “evitar mandar sinais específicos” quanto ao rumo da política monetária, Powell admitiu que é improvável que a próxima mexida seja uma subida.

“A direção mais provável parece ser, à medida que fazemos mais progresso na inflação e o mercado laboral permanece forte, que comecemos a aliviar a política no momento certo”, afirmou.

O índice de gastos pessoais de consumo (PCE), a medida preferencial da Fed para avaliar a pressão nos preços, desceu em maio para 2,6% depois de duas leituras consecutivas em 2,7%. No pico do fenómeno inflacionista, o indicador chegou a 7,1%.

Os juros diretores nos EUA estão entre 5,25% e 5,5%, um máximo de 23 anos após onze subidas consecutivas. Os mercados apostam numa descida de juros já em setembro e mais uma até ao final do ano, embora as projeções mais recentes dos membros da Fed antecipem apenas um corte.

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