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EUA recua e já não vai apoiar o Brasil para entrar na OCDE

O secretário de estado americano enviou uma carta à OCDE a recuar na posição de apoio dos EUA à candidatura do Brasil para integrar no grupo. Mike Pompeo esclarece que o apoio burocrático será dado às candidaturas da Argentina e Roménia.
10 Outubro 2019, 17h05

A administração de Donald Trump já não vai prestar apoio burocrático ao Brasil na sua candidatura à Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE), noticia a agência de notícias Bloomberg, esta quinta-feira.

De acordo com uma carta enviada pelo secretário de Estado Michael Pompeo ao secretário-geral da OCDE Angel Gurria, no dia 28 de agosto, os EUA rejeitam discutir a entrada do Brasil no clube dos países mais ricos do mundo, esclarecendo que, para já, apenas subscrevem à adesão ao grupo a Argentina e a Roménia.

“Os EUA continuam a preferir o alargamento a um ritmo contido que tem em conta a necessidade de pressionar pelo planeamento de governação e sucessão”, afirma a carta.

A mensagem contradiz, assim, a posição pública dos EUA sobre o assunto. Em março, o presidente Donald Trump afirmou, numa entrevista coletiva conjunta com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, na Casa Branca, que apoiou o Brasil na adesão ao grupo de 36 membros. Em julho, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, reiterou o apoio de Washington ao Brasil durante uma visita a São Paulo.

De acordo com a Bloomberg, os EUA apoiam o crescimento contido da OCDE e um eventual convite ao Brasil, mas irão trabalhar primeiro com a Argentina e a Roménia, no sentido de trabalhar nas reformas económicas e num livre mercado, explicou uma fonte da administração de Trump à Bloomberg.

O apoio dos EUA à Argentina e à Roménia chega numa altura em que ambos os países estão a atravessar tumultos políticos. A Roménia ficou sem o seu terceiro primeiro-ministro num curto espaço de tempo, esta quinta-feira, depois do governo ter perdido uma moção de confiança no Parlamento. Na Argentina, o presidente Mauricio Macri, um amigo de longa data de Trump, enfrenta uma luta desafiadora pela reeleição no final deste mês, depois de ter perdido uma votação primária por 16 pontos percentuais em agosto.

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