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Euro chega aos 20 anos já com muitas histórias e outras tantas para contar

Percurso da moeda única que entrou em vigor de 1999 tem sido permeável à conjuntura política e económica, como recorda a ‘fintech’ Ebury.
14 Fevereiro 2019, 07h38

Foi a meio de uma viagem de 20 anos que a moeda única registou o seu máximo histórico nos mercados. Estávamos em julho de 2008 e o euro registou um câmbio de 1,60 dólares, impulsionado pelo bom momento económico que a zona euro atravessava e beneficiando do pânico que assombrou o mercado norte-americano com a crise do subprime.

No entanto, não demorou muito para que a crise norte-americana se alastrasse à zona euro. O momento foi recordado pela fintech Ebury numa análise sobre os 20 anos do euro, que concluiu que os “altos e baixos [do euro] são praticamente um espelho dos acontecimentos políticos e económicos desde então, à escala europeia e mundial”.

“Viviam-se os anos da crise da dívida em Portugal, na Grécia e na Irlanda, mas também – noutro nível – em Espanha e Itália. O que forçou uma intervenção por parte do BCE, que instaurou todo um arsenal de política monetária para devolver a confiança no euro e lançar as bases para a sua recuperação”, recordou a Ebury.

Reconhecido em janeiro de 1999, o euro tinha um valor equivalente a 1,17 dólares. Mas ao longo dos anos o caminho não foi linear e a moeda única caiu várias vezes abaixo deste valor até 2002. Foi perante este cenário que o Banco Central Europeu (BCE) se viu forçado a intervir, recordou a Ebury.

“Contudo, o ataque terrorista às Torres Gémeas, em Nova Iorque, a 11 de setembro de 2001, converteria o euro em refúgio de investimentos e marcaria o início de uma etapa de valorização da moeda única”, assinala a fintech.

A partir de 2015, a divergência entre os bancos centrais norte-americano e europeu teve reflexos para o valor da moeda única.

“Enquanto a Reserva Federal norte-americana (FED) revelou intenção de aumentar as taxas de juro em resposta ao crescimento da economia nos Estados Unidos, o BCE manteve as suas taxas de juro baixas e lançou um programa de expansão quantitativa para impulsionar a retoma económica na Europa. Ambos os fatores mantiveram a relação EUR/USD relativamente baixa, quando comparada com o nível alcançado em 2014”, refere a Ebury.

Duarte Líbano Monteiro, diretor-geral da Ebury para Portugal e Espanha, salienta em comunicado que  “o que ninguém pode colocar em causa é que o euro, apesar das fortes subidas e descidas que sofreu nos seus primeiros 20 anos, se converteu na segunda moeda mais utilizada do mundo”.

“Cerca de 36% das transações internacionais realizam-se com recurso à moeda única, face a 40% feitas em dólares, o que significa que a zona euro constitui 12% da economia mundial, seguindo de muito perto a economia norte-americana”, destaca.

A Ebury explica que no arranque do ano em que comemora 20 anos, o euro é negociado por 1,13-1,14 face ao dólar. A perspetiva da fintech é que o valor se mantenha estável durante este ano, com uma ligeira tendência para valorizar.

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