Europa: despesas com defesa atingiram 1,3% do PIB em 2023

As despesas do governo geral na União Europeia com defesa totalizaram 1,3% do PIB em 2023, refere o gabinete de estatísticas Eurostat. Na Zona Euro em particular, a despesa com defesa foi ainda mais baixa: 1,2% do PIB. “Como parcela das despesas totais, as despesas de defesa totalizaram 2,7% em 2023 na UE e 2,5% na área do euro”, refere ainda o gabinete.

Em 2023, os maiores níveis de despesa total em defesa nos países da União Europeia foram observados na Letónia (3,1% do PIB), Estónia (2,7%), Lituânia (2,5%), Grécia (2,2%), Polónia (2,1%), Chipre e Hungria (ambos 1,9%), bem como França, Dinamarca e Suécia (para cada 1,8%). Em contraste, Irlanda (0,2%), Malta (0,4%), Luxemburgo e Áustria (ambos 0,6%) tiveram despesas comparativamente baixas em defesa. Entre os países da UE e da EFTA, a Islândia reportou o menor nível de despesa em defesa, pois não tem um exército permanente (0,1%). Portugal surge a ‘meio da tabela’ com despesa de 0,8% do PIB, mas o gabinete indica que os dados são previsionais.

“Ao nível da União, a maior parte das despesas de “defesa” está concentrada no grupo COFOG ‘defesa militar’ (1,1% do PIB em 2023). ‘Defesa civil’, ‘investigação em defesa‘ e ‘outras despesas’ juntas totalizaram menos de 0,1% do PIB no nível da União, enquanto ‘ajuda militar estrangeira’ representou 0,1% do PIB em 2023”, refere ainda o Eurostat. O valor negativo para a Eslováquia em ‘defesa militar’ em 2023 (-0,1% do PIB) reflete alienações de ativos fixos doados como ajuda militar estrangeira, especifica o gabinete.

A ‘ajuda militar estrangeira’ chegou a 0,1% do PIB para a UE, com quantias notáveis ​​na Eslováquia (1,2% do PIB), Dinamarca (0,5% do PIB), Letónia (0,4% do PIB), Finlândia (0,3% do PIB), Alemanha, Luxemburgo, Holanda e Suécia (todos com 0,2% do PIB), bem como Bélgica, Espanha, França, Croácia, Itália, Chipre e Polónia, bem como Noruega (todos com 0,1% do PIB).

“Deve-se notar que o relato de ajuda militar em resposta à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia ainda não está totalmente harmonizado para todos os países, de modo que as doações de equipamentos em espécie ainda não estão completamente refletidas nas despesas totais em ‘ajuda militar estrangeira’”.

No nível da UE, um pouco menos da metade (42%) do total de despesas com defesa em 2023 foi dedicado à ‘compensação de empregados’, ou seja, salários, bem como contribuições sociais reais ou imputadas dos empregadores. Cerca de 29% foram dedicados ao ‘consumo intermédio’, consistindo em compras governamentais de bens e serviços, exceto quando estes são considerados formação de capital. Os investimentos de capital totalizaram 20% das despesas de defesa em 2023, como a compra de novos equipamentos e infraestrutura.

Ao nível da UE, foram observadas reduções nas despesas em defesa como uma percentagem do PIB de 1995 a 2023 (de 1,6% do PIB em 1995 para 1,3% do PIB em 2023). Comparado com 2022, o nível de despesas de defesa na UE permaneceu estável em percentagem do PIB, ainda segundo o gabinete de estatísticas.

A parcela das despesas de defesa nas despesas totais diminuiu de 3% em 1995 para 2,7% em 2023. “No entanto, em comparação com 2021 e 2022, no nível da UE, a parcela das despesas de defesa nas despesas totais aumentou de 2,4% das despesas totais em 2021 para 2,5% das despesas totais em 2022 e 2,7% das despesas totais em 2023”.

Em termos absolutos, em 2023, as despesas de defesa da UE aumentaram para 227 mil milhões de euros, acima dos 202 mil milhões de euros em 2022, dos 183 mil milhões de euros em 2021, dos 177 mil milhões de euros em 2020 e dos 168 mil milhões de euros em 2019. O aumento de 12% entre 2022 e 2023 representa o segundo maior aumento relativo entre as amplas funções de despesa pública. Entre 2021 e 2023, as despesas com “defesa militar” ao nível da UE aumentaram de 165 mil milhões de euros para 193 mil milhões de euros e a “ajuda militar estrangeira” aumentou de 8 mil milhões de euros para 24 mil milhões de euros.