Europa responde a Trump com tarifas sobre Boeings e bourbon

A União Europeia já tem a segunda lista de bens norte-americanos sujeitos a tarifas. O pacote de retaliação inclui 72 mil milhões de euros em produtos, entre os quais se encontram aviões da Boeing, automóveis e bourbon.

Além destes, a lista abrange também maquinaria, produtos químicos, plásticos, aparelhos médicos, equipamento eletrónico, vinhos e produtos agrícolas, segundo a lista da Comissão Europeia citada pela “Bloomberg”.

Para já, a Alemanha e a França preferem manter as negociações com Washington antes de aprovarem em definitivo a lista.

“Temos até ao fim do mês para as negociações, mas o governo americano não deve subestimar a nossa vontade de reagir a um fardo excessivo de tarifas com medidas semelhantes”, afirmou o chanceler alemão Friedrich Merz.

“Precisamos de mostrar força, unidade e vontade” nas negociações, declarou, por sua vez, o ministro francês para os Assuntos Europeus, Benjamin Haddad.

Donald Trump anunciou que iria impor tarifas de 30% sobre as importações da UE a partir de 1 de agosto, caso não haja um acordo para melhorar o negócio.

“Estamos sempre dispostos a conversar. Estamos abertos a falar, incluindo com a Europa”, disse o presidente norte-americano na segunda-feira.

A primeira lista incluía 21 mil milhões de euros em produtos norte-americanos sujeitos a tarifas adicionais, após Donald Trump ter anunciado tarifas sobre o aço e alumínio europeus. A nova lista conta com mais de 65 mil milhões de euros em bens industriais, incluindo aeronaves (11 mil milhões), maquinaria (mais de 9 mil milhões) e automóveis (8 mil milhões). Já os produtos agrícolas representam 6 mil milhões de euros, com frutas e vegetais a somarem 2 mil milhões, e as bebidas alcoólicas a ultrapassarem mil milhões.

A isto juntam-se instrumentos e equipamentos de precisão (5 mil milhões), brinquedos e equipamento de lazer (500 milhões), armas desportivas (300 milhões) e instrumentos musicais (200 milhões). Bens militares ficaram de fora da lista.

A lista inicial iria atingir 95 mil milhões de euros, mas foi reduzida após consultas de Bruxelas com empresas e estados-membros que têm de aprovar a lista final.

O critério para escolher alguns dos bens é a disponibilidade de alternativas de fornecimento no mercado.