A candidata do partido presidencial francês, Valérie Hayer, assumiu hoje que os eleitores manifestaram desejo de mudança dando a vitória à extrema-direita, alertando para a “incoerência” e “mentiras” desta e prometendo lutar por uma “maioria clara” nas próximas eleições.
“Escolher a extrema-direita significa escolher o empobrecimento do povo francês através da sua incoerência económica, da sua inação e das suas mentiras (…) significa escolher o enfraquecimento do país”, disse Valérie Hayer durante o discurso na noite eleitoral na Maison de la Mutualité, em Paris, para cerca de 300 militantes e imprensa.
No discurso, depois de o Presidente Emmanuel Macron reagir à derrota anunciando a dissolução do Parlamento, Hayer acusou o partido de extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês), liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, de não respeitar os valores do país e de “escolher sempre a submissão a potências estrangeiras que odeiam a França e a Europa”.
“No mundo de hoje, é uma ilusão pensar que podemos ser mais fortes virando-nos contra nós próprios”, acrescentou, suscitando fortes aplausos dos seus apoiantes.
A coligação A Europa é Precisa, da qual o partido presidencial faz parte, obteve nas projeções 14,7% dos votos nas eleições europeias, o que a colocou num distante segundo lugar, atrás do partido de extrema-direita RN, liderado por Jordan Bardella, que obteve 31,5%.
“Apesar de todos os nossos esforços, não conseguimos convencer-vos a colocar-nos em primeiro lugar”, disse Valérie Hayer, alertando para o perigo dos “movimentos populistas que estão a crescer em toda a Europa”.
Para a candidata do partido de centro-direita, “esta noite, nenhum político que ame a França e que ame a Europa pode alegrar-se”.
“Esta noite, os franceses estão a enviar-nos uma mensagem clara: querem mais resultados, mais ações concretas, pedem-nos para mudar as suas vidas mais rapidamente”, disse Valérie Hayer.
Na sequência destes resultados e da derrota da sua coligação, o Presidente francês, Emmanuel Macron, convocou eleições legislativas antecipadas no país, já que estas eleições são vistas como uma antecipação para as presidenciais de 2027 em França.
“O Presidente da República já o disse: as suas escolhas não podem ficar sem resposta. Esta noite, decidiu dar-lhes de novo a palavra e escolher o projeto que querem para o seu país”, disse a candidata, acrescentando que “nunca se pode errar quando se dá a palavra aos franceses”.
Até 30 de junho e 07 de julho, datas das duas voltas das eleições legislativas anunciadas no domingo pelo Presidente da República, Valérie Hayer prometeu empenhar-se “em dar à França e ao povo francês uma maioria clara”.
O partido Renascimento de Emmanuel Macron conseguiu garantir apenas 14 eurodeputados, dos 81 que foram eleitos pela França até à próxima legislatura do Parlamento Europeu em 2029.
Já o partido de extrema-direita RN, de Marine Le Pen, conseguiu eleger mais do dobro, 31 deputados.
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