Numa mensagem na rede social X (antigo Twitter), Macron recordou que as duas voltas das legislativas vão decorrer a 30 de junho e 07 de julho e afirmou: “confio na capacidade do povo francês para tomar a decisão mais justa para si próprio e para as gerações futuras”.
“A minha única ambição é ser útil ao nosso país, que tanto amo”, acrescentou o chefe de Estado, que anunciou a dissolução da Assembleia Nacional após a divulgação das primeiras sondagens, que já antecipavam uma noite fatídica para o seu partido.
O partido da extrema-direita União Nacional (Rassemblement national, RN, na sigla francesa) ganhou as eleições europeias de domingo com 31,37%, seguindo-se a coligação do partido de Macron, com 14,60% e a coligação dos socialistas 13,83%.
No seu discurso de domingo, Macron considerou que não podia fingir que nada tinha acontecido.
“Após ter efetuado as consultas previstas no artigo 12º da nossa Constituição, decidi devolver-vos a escolha do nosso futuro parlamentar através do voto”, disse.
“Dentro de alguns instantes, assinarei o decreto de convocação das eleições legislativas, que se realizarão a 30 de junho para a primeira volta e a 07 de julho para a segunda”, acrescentou.
As eleições legislativas estavam previstas para junho de 2027, dois meses depois das eleições presidenciais.
Já esta manhã, a União Nacional anunciou Jordan Bardella como candidato ao cargo de primeiro-ministro de França.
“Jordan Bardella foi eleito deputado europeu, por isso já tem a unção popular” e “é o nosso candidato para ir a Matignon [residência oficial do Chefe do Governo em França]”, anunciou o vice-presidente do partido, Sébastien Chenu à rádio RTL.
Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, sublinhou, numa entrevista à France Inter, que se tratará de “uma escolha importante” e admitiu que “provavelmente” seria candidato.
“Como todos os dirigentes políticos, quando tiver de assumir as minhas responsabilidades, assumirei as minhas”, declarou.
A esquerda, por seu lado, deve agora testar a possível reedição de uma aliança como a que deu origem à Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), liderada pela França Insubmissa (LFI, na sigla francesa).
O ex-candidato presidencial deste partido, Jean-Luc Mélenchon, já proclamou na sua conta do X que é hora de “união”. “Urgente, forte, claro”, destacou.
No entanto, os resultados das eleições europeias elevaram o Partido Socialista como principal referência da esquerda, ao conseguir o terceiro lugar, a menos de um ponto percentual da coligação de Macron.
O líder dos socialistas, Olivier Faure, lançou no domingo um primeiro apelo à unidade e hoje, numa entrevista à France Info, insistiu na necessidade de constituir “uma frente popular contra a extrema-direita”.
Faure, que confirmou os primeiros contactos entre diferentes grupos relacionados, afirmou que Macron já não tem “capacidade de colocar barreiras” à extrema-direita.
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