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Europeias: Moedas acredita que há “uma grande probabilidade” de Reino Unido participar nas eleições

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação defende que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) devem estar concluídas até 31 de outubro, mas diz que o que aconteceu no passado deixa dúvidas em relação ao cumprimento do novo prazo.
24 Abril 2019, 08h15

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, acredita há “uma grande probabilidade” de o Reino Unido participar nas eleições europeias, que se realizam entre 23 e 26 de maio. Carlos Moedas defende que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) devem estar concluídas até 31 de outubro, mas diz que o que aconteceu no passado deixa dúvidas em relação ao cumprimento do novo prazo.

“Há uma maior probabilidade de que o Reino Unido vá às eleições europeias. No fundo, foi tudo acontecendo by default. Vi acontecendo porque não se toma a decisão. Uns são contra o no deal e outros são a favor. Há uma sucessão de acontecimentos. E, infelizmente, vamos ter de viver com isso. É pena”, afirmou Carlos Moedas, numa conferência de imprensa promovida pela Abreu Advogados.

O ex-secretário de Estado admite que a eventual participação do Reino Unido nas eleições europeias vai trazer problemas de credibilidade ao projeto europeu, tendo em conta que está fixada a sua data de saída. “Ao ver que pode haver eleições europeias com o Reino Unido a participar, não consigo ter uma postura institucional, porque me dói por dentro. Arrasa-me o estômago. Estou ainda há espera que aconteça um milagre”, admitiu.

O comissário europeu lembrou, no entanto, que, até às eleições europeias, o Reino Unido ainda pode deixar a UE, mas sublinha que só agora é que a primeira-ministra, Theresa May, está a discutir os trâmites do processo do Brexit com a oposição. “Estivemos este tempo todo e eles nunca tinham negociação e, portanto, há ainda alguma esperança de que se consiga fazer essa negociação a tempo e horas”, referiu.

Carlos Moedas ambiciona que o novo prazo acordado com Londres para a conclusão do processo do Brexit – 31 de outubro – seja cumprido, a fim de que o problema não seja deixado aos próximos membros da Comissão Europeia. “Mas com tudo o que tenho vivido estes anos sobre o Brexit, não sei se essa data tem o significado que as pessoas pensam que tem”, sublinhou Carlos Moedas.

O social-democrata diz que a Comissão Europeia ficou “surpreendida” com a falta de preparação dos britânicos, na hora das negociações com a UE, e diz que houve em todo este processo uma grande falta de esclarecimentos da parte do Governo do Reino Unido. Carlos Moedas sublinhou também que, no caso de o Reino Unido quer deixar também o mercado único da UE, é necessário “impor determinados regras” para evitar “a concorrência desleal”.

Os líderes dos 27 Estados-membros da UE e a primeira-ministra britânica acordaram a extensão por um prazo de mais seis meses para uma saída ordenada do Reino Unido do projeto europeu. O prazo foi superior ao pedido por Theresa May – 30 de junho – e, segundo o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, “o curso de ação estará inteiramente nas mãos do Reino Unido”.

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