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Excesso de folga orçamental deve ser usado em função da economia e da criação de emprego, diz partner da EY

Pedro Fugas, partner da EY, defende que, havendo excesso da folga orçamental como estimado pela UTAO, deve ser usado a favor da economia e da criação de postos de trabalho. Conferência do JE e da EY debate esta terça-feira o OE2025 no ISEG, em Lisboa.
29 Outubro 2024, 10h09

O Governo comprometeu-se com um excedente orçamental de 850 milhões de euros na proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), mas a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) veio dizer que este valor poderá ser superior. Um excesso de folga orçamental que, a existir, defende Pedro Fugas, partner da EY, deverá ser usado a favor da economia e da criação de emprego.

Depois de um clima de incerteza em torno da proposta de Orçamento do Estado para 2025, “é com agrado e alívio que vimos a proposta ser entregue, mas acima de tudo por ter havido uma manifestação de intenção do PS de vir a aprovar o OE2025 na generalidade e na especialidade”, afirmou o responsável na conferência promovida esta terça-feira pelo Jornal Económico e a EY sobre a proposta orçamental do próximo ano.

Esta proposta, continuou, foi negociada e preparada num contexto macroeconómico marcado por previsões de crescimento económico e com o Governo a apresentar um excedente orçamental. “A UTAO veio dizer que o excedente de 850 milhões pode ser superior e isso pode dar azo a que o PS e outros partidos da oposição venham em sede de debate na especialidade exigir mais medidas, se esse excedente for de facto superior”, referiu Pedro Fugas.

Para o partner da EY, “temos de assegurar a folga orçamental, mas, a ser verdade que existe excesso de folga, deve ser usada em função da economia e da criação de emprego”.

O responsável notou ainda que o Governo está “comprometido em manter o equilíbrio orçamental apesar de a generalidade das medidas previstas representarem um alívio fiscal para particulares e empresas, embora modesto na nossa opinião”.

Pedro Fugas referiu, por outro lado, que há várias incertezas, nomeadamente as taxas de juro, as eleições nos EUA, o risco de recessão na Alemanha, mas também a sustentabilidade da economia chinesa, além da instabilidade na Ucrânia e no Médio Oriente. “Fatores de incerteza que têm de ser monitorizados pelo Governo”, salientou, esperando que a “versão final culmine numa abordagem prudente e sobretudo estratégia” que “procura equilibrar a necessidade de consolidação fiscal com a promoção de crescimento económico e de proteção social”.

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