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Exclusão da Huawei do 5G pode ter um custo de mil milhões de euros para Portugal

O estudo, intitulado “The role of Huawei and its impact in Portuguese society”, apresenta quatro principais conclusões. Uma delas é que o ecossistema da Huawei em Portugal contribui com aproximadamente 718 milhões de euros por ano para a economia nacional, sendo 197 milhões de euros representando o Valor Acrescentado Bruto (VAB).
9 Setembro 2024, 14h07

Um estudo recente realizado pela EY destaca o papel fundamental da Huawei na economia portuguesa, especialmente no desenvolvimento das redes 5G, e os riscos associados à sua possível exclusão desse processo. A investigação surge num contexto no qual a Deliberação de 2023 da Comissão de Avaliação de Segurança, dentro do Conselho Superior para a Segurança do Ciberespaço, pode levar à exclusão da empresa da infraestrutura 5G em Portugal.

O estudo, intitulado “The role of Huawei and its impact in Portuguese society”, apresenta quatro principais conclusões. Uma delas é que o ecossistema da Huawei em Portugal contribui com aproximadamente 718 milhões de euros por ano para a economia nacional, sendo 197 milhões de euros representando o Valor Acrescentado Bruto (VAB). “O efeito multiplicador da Huawei é significativo, com 2x na produção nacional e 7x no emprego”, refere o estudo.

Por outro lado, a substituição dos equipamentos da Huawei na rede 5G poderia acarretar um custo total superior a mil milhões de euros, incluindo 339 milhões de euros em investimentos de substituição e 193 milhões de euros em investimentos futuros. Isso implicaria um impacto negativo junto dos consumidores, com um aumento estimado de 7% nas tarifas médias.

É ainda acrescentado que a exclusão da Huawei poderia atrasar a implementação completa da rede 5G em Portugal, resultando em perdas de produtividade que podem alcançar 282 milhões de euros. Isso impediria cidadãos e empresas de aproveitarem plenamente as vantagens da tecnologia 5G.

Por fim, a saída da Huawei do mercado português poderia levar a uma maior concentração de fornecedores, reduzindo a concorrência, aumentando os preços e comprometendo a eficiência energética das redes. Esse cenário poderia igualmente prejudicar a capacidade de Portugal de atrair investimento estrangeiro e de se manter competitivo na era digital, sublinha o estudo da EY.

A Huawei tem estado presente em Portugal há duas décadas, contribuindo para o desenvolvimento das telecomunicações. Desde a criação da primeira rede comercial de High-Speed Downlink Packet Access (HSDPA) em 2005 até a expansão da rede 5G em 2022, a empresa tem se destacado na inovação tecnológica, destaca o estudo. As suas iniciativas e parcerias estratégicas com operadores locais têm impulsionado a modernização das telecomunicações e a transformação digital em diversos setores do país.

Wu Hao, o recém-nomeado CEO da Huawei para Portugal, destacou a importância da empresa na modernização e digitalização do país. Realçou que a Huawei “sempre foi uma força motriz para a modernização e digitalização de Portugal, através do apoio aos seus clientes, bem como do contributo ativo para o desenvolvimento do talento nacional e para o cumprimento das metas associadas à transição digital e energética.” Wu expressou ainda a esperança de que a Huawei possa continuar a desenvolver esse impacto positivo no país.

Hermano Rodrigues, Principal da EY-Parthenon e coordenador do estudo, acrescentou que “as conclusões do estudo técnico e factual que desenvolvemos mostram que o impacto económico das atividades operacionais do ecossistema da Huawei em Portugal corresponde aproximadamente a 0,3% do PIB nacional.” Salientou ainda que os efeitos diretos, indiretos e induzidos do ecossistema da empresa no mercado de trabalho sustentam mais de 4 mil postos de trabalho.

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