Há ainda uma grande diferença entre os cortes de emissões poluentes prometidos pelos governos e o que os cientistas acreditam que seja o necessário para evitar níveis perigosos de alterações climáticas, de acordo com o mais recente relatório na ONU.
De acordo com este comunicado, os níveis de emissões com que os governos e as entidades privadas se comprometeram levarão a um aumento da temperatura global de até 3ºC, mais do que os 2ºC que os cientistas acreditam ser o limite da segurança e foi o objetivo traçado durante os acordos de Paris de 2015.
Neste relatório, que antecipa a conferência COP23, que se realiza em Bona na próxima semana, tem também boas notícias. Os dados apontam para que as emissões globais de dióxido de carbono se mantêm estáveis desde 2014, ainda que as emissões de outros gases com efeito de estufa, como o metano, tenham vindo a aumentar.
Esta “discrepância de emissões” agora tornada pública pela ONU não inclui as consequências da saída dos EUA do acordo de Paris. Caso Donald Trump leve os seus intentos adiante, o futuro seria “ainda mais sombrio”, afirma o relatório. Recorde-se que os EUA são o segundo maior emissor de gases com efeito de estufa, a seguir à China.
Erik Solheim, responsável ambiental da ONU, apelou à ação urgente: “Ainda estamos numa situação em que não conseguimos estar perto de fazer o suficiente para salvar centenas de milhões de pessoas de um futuro miserável. Isso é inaceitável. Se investirmos na tecnologia certa, garantindo o envolvimento do setor provado, ainda somos capazes de cumprir a promessa que fizemos aos nossos filhos de proteger o seu futuro. Mas temos de começar a agir já.”
Ainda segundo o relatório da ONU, o setor privado poderia fazer mais para diminuir a pegada ecológica mundial. As 100 maiores empresas poluidores cotadas em bolsa são responsáveis por 25% do total de emissões do planeta, o que revela o potencial de redução caso fossem levadas a cabo mudanças nas suas práticas comerciais e de eficiência.
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