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Exportações continuam recuperação apesar da incerteza e volatilidade

As vendas nacionais ao exterior estão 3,6% acima do registado nos primeiros dez meses do ano passado, isto apesar das perspetivas macro globais pouco positivas. Medicamentos registaram uma das subidas mais relevantes, prolongando a tendência que já se vinha registando nos meses anteriores de crescimento em relação a 2023.
A freight ship leaves Southampton docks in southern England, January 22, 2009. Sterling slipped again on Thursday, staying near a 23-year low against the dollar on persistent concern that the UK is heading for a deep financial crisis while the economy languishes in a recession. The UK currency’s dramatic fall sparked complaints from French Economy Minister Christine Lagarde on Wednesday that a weak currency gave Britain an unfair trade advantage, as it makes its exports cheaper to buy overseas. REUTERS/Kieran Doherty (BRITAIN)
11 Dezembro 2024, 07h00

A componente externa portuguesa teve mais um mês positivo em outubro, registando um disparo nas exportações bastante acima da subida do lado das importações e, consequentemente, vendo o défice comercial descer, com as vendas de medicamentos a assumirem o destaque principal. Os números este ano têm registado uma volatilidade acrescida, um sinal da incerteza em torno do comércio internacional.

As exportações em outubro cresceram 17,1% em termos homólogos, isto depois de subirem 4,8% em setembro, o que ficou bastante acima dos 7,5% registados nas importações (valor que constitui, ainda assim, uma aceleração em relação ao aumento de 3,4% do mês passado).

No acumulado do ano, as vendas de bens portugueses para o exterior até outubro estão 3,6% acima do registado em igual período do ano, uma aceleração em relação à subida de 2,1% registada nos nove primeiros meses de 2024.

Apesar da evolução em relação ao ano passado — de destacar num ambiente de juros em alta e bastante incerteza na economia global —, os números do comércio internacional têm oscilado mais do que é habitual, registando frequentes variações homólogas acima de 10% este ano. Além da leitura das exportações de outubro, o indicador havia subido 23,5% em julho, 15,5% em abril e caído 13,6% em março, além da subida de 9,9% no terceiro trimestre.

No que respeita às importações, as variações nos meses enumerados também chegaram aos dois dígitos.

Recorde-se que o ano passado fechou com uma queda de 1,4% nas exportações nacionais e de 4,0% nas importações.

Os números de outubro revelam uma importância crescente das exportações de produtos farmacêuticos, nomeadamente medicamentos, uma rubrica que tem ganhado relevância no atual panorama exportador português. Até outubro, estes bens registaram um aumento de 54,7%, com os EUA a representarem mais de um terço das exportações nacionais, com 36,7%.

Até outubro do ano passado, o mercado norte-americano foi o destino de 45,6% das exportações portuguesas de medicamentos, o que significa que o mercado perdeu relevância em termos relativos nas vendas nacionais ao exterior, isto apesar de ter crescido em termos absolutos.

Olhando exclusivamente para as vendas de medicamentos para os EUA, estas cresceram 24,6% nos primeiros dez meses deste ano. Em termos absolutos, os dados do INE apontam para valores globais de exportações de medicamentos já bastante próximos dos 3 mil milhões de euros, com os EUA próximos de chegarem a 1,1 mil milhões de euros.

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