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Exportadores de azeitona preta espanhola temem colapso com nova tarifa de 15% dos Estados Unidos

A questão tarifária assume relevo em Espanha tendo em conta que o país é o maior exportador mundial de azeitona.  As tarifas têm tido um efeito devastador em particular sobre a azeitona preta. A quota de mercados da azeitona preta, para os Estados Unidos desceu de 49%, em 2017, para os 19% em 2024, salienta a Reuters, depois de ter sido aplicada uma tarifa superior a 30%, por Donald Trump, a pedido dos olivicultores da Califórnia. A tarifa só afetou a azeitona preta.
29 Julho 2025, 13h12

Os exportadores de azeitona preta de Espanha temem que o acordo alcançado, no fim-de-semana, entre União Europeia e Estados Unidos que coloca uma tarifa de 15% às importações europeias provoque o colapso de um setor que já tinha sido ‘castigado’ com tarifas no primeiro mandato de Donald Trump, assinala esta terça-feira a agência noticiosa Reuters.

De acordo com a agência noticiosa a questão tarifária assume relevo em Espanha tendo em conta que o país é o maior exportador mundial de azeitona.  As tarifas têm tido um efeito devastador em particular sobre a azeitona preta. A quota de mercados da azeitona preta, para os Estados Unidos desceu de 49%, em 2017, para os 19% em 2024, depois de ter sido aplicada uma tarifa superior a 30%, por Donald Trump, a pedido dos olivicultores da Califórnia. A tarifa só afetou a azeitona preta.

O secretário da Asaja, uma associação espanhola de agricultores locais no sul da província de Sevilha, a região que mais azeitona produz, Eduardo Martin, citado pela Reuters, considerou que esta nova tarifa de 15%, anunciada no passado fim-de-semana, “seria inviável” para quem exporte azeitona preta.

A Reuters lembra que para reduzir as perdas provocadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos, no primeiro mandato presidencial de Donald Trump, o setor acabou por procurar outros mercados, como o europeu e o do Médio Oriente, e também o asiático. No que diz respeito ao mercado norte-americano procuraram apostar na azeitona verde, sobre a qual recaía uma tarifa mais baixa face à azeitona preta.

As tarifas levaram também a que os exportadores espanhóis apostassem em novos produtos, salienta a Reuters. Um dos quais azeitonas pretas recheadas com salmão ou queijo, algo que levou ao crescimento das vendas em mercados como o europeu e o asiático, como salientou o presidente da Federação das Cooperativas Agrícolas da Andaluzia, Gabriel Cabello, à Reuters. Mas mesmo com estas mudanças o Ministério da Agricultura espanhol calcula que se tenham perdido 239,6 milhões de euros em vendas de azeitona preta, uma quebra que chega a quase um terço do total de exportação na última colheita antes da introdução das tarifas, que se situou nos 707 milhões de euros.

Isso também teve efeito na quantidade de exportadores, refere a Reuters. De 25 o número foi reduzido para quatro, como salientou a Asemesa, Associação Espanhola de Exportadores de Azeitonas de Mesa, à Reuters.

Mas mesmo com o aumento das tarifas à azeitona espanhola os Estados Unidos ainda continuam dependente deste mercado. O Secretário-Geral da Asemesa, Antonio de Mora, citado pela Reuters, afirmou que quando a Califórnia tem uma baixa produção recorre ao mercado espanhol para “importar azeitonas e finaliza o processamento nos Estados Unidos”.

De acordo com a Reuters as importações de azeitona, por parte dos Estados Unidos, aumentaram 40% nos primeiros oito meses de 2024, face ao período homólogo de 2017, com o Egito, Portugal e Turquia a registarem os maiores aumentos na exportação para o mercado norte-americano. No caso espanhol a subida foi de 18%.

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