Nos últimos anos, as fábricas de veículos elétricos que produzem baterias de lítio, peças de carros e minerais essenciais surgiram por todo os Estados Unidos. Aproveitando-se de incentivos fiscais prometiam oferecer empregos e colocar o país num caminho para fabricar veículos elétricos (EVs) feitos internamente. De acordo com dados do Atlas Public Policy, uma consultora estratégica, mais projetos foram cancelados no primeiro trimestre de 2025 do que nos dois anos anteriores – onde se incluem fábricas de baterias de lítio na Georgia e Arizona. “É difícil ser um fabricante nos EUA, dado as incertezas sobre tarifas, créditos fiscais e regulamentações”, disse Tom Taylor, analista sénior do Atlas Public Policy. O especialista acrescentou ainda que centenas de milhões de dólares em investimentos adicionais parecem estar estagnados, mas ainda não foram formalmente cancelados.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nunca manifestou apreço em relação aos automóveis 100% elétricos, bastante defendidos pelo seu antecessor, Joe Biden. Desde que chegou à Casa Branca tem eliminado os programas que promoviam a expansão dos veículos elétricos no país. Trump já assinou decretos como o fim do crédito fiscal de 7.500 dólares para a compra destes carros, e pôs ainda fim ao plano para construir 500 mil postos de carregamento e alcançar 50% de vendas de automóveis novos elétricos até 2030. Para piorar ainda mais a situação, com a imposição de tarifas de 25% sobre carros importados, o mercado sofre perdas significativas. O aumento nos custos não afeta apenas os automóveis chineses e europeus, mas também modelos fabricados no próprio país. É que nenhum carro elétrico é inteiramente produzido em território americano e muitos componentes são importados a partir de outras geografias.
Numa conferência de resultados financeiros em fevereiro, a Aspen Aerogels, por trás da fábrica de mil milhões de dólares na Geórgia, anunciou que cancelaria a instalação e transferiria a produção para uma fábrica já existente nos EUA, além do México e China. Também a Nikola Motors e a Canoo, ambas startups de EVs, entraram com pedido de falência nos últimos meses.
“As pessoas da classe trabalhadora dos estados da Geórgia, Carolina do Norte, Kentucky, Michigan e Arizona são aquelas que viram alguns desses projetos serem cancelados”, disse Bob Keefe, diretor executivo do E2, um grupo de defesa da energia limpa. Diana Furchtgott-Roth, diretora do Center for Energy, Climate, and Environment da Heritage Foundation, elogiou a decisão de Trump de reverter as regulamentações dos veículos elétricos. Apesar dos generosos incentivos federais, ela disse que muitos americanos não compravam veículos elétricos. “Os EVs obrigatórios e caros tornam os pobres mais pobres e menos seguros”, afirmou Furchtgott-Roth, ao jornal Washington Post.
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