A Europa abriu as negociações a perder terreno devido aos últimos acontecimentos bancários nos Estados Unidos. À hora de abertura, a bolsa de Lisboa recua 0,99% para 5.966,06 pontos, reagindo à falência do Silicon Valley Bank.
O BCP é a cotada mais afetada, perdendo 2,52% para 0,22 euros. A Semapa desliza 1,44% para 13,70 euros, a Sonae cai 1,41% para 1,05 euros, a Mota-Engil perde 1,14% para 1,56 euros e a Greenvolt desvaloriza 0,71% para 7,04 euros.
A Galp deprecia 1,01% para 10,74 euros, a EDP desce 0,74% para 4,72 euros, a Navigator recua 0,42% para 3,31 euros, os CTT perdem 0,40% para 3,72 euros, a REN desliza 0,20% para 2,52 euros.
A EDP Renováveis é a única cotada nacional a ganhar terreno na abertura, somando 0,05% para 20,10 euros, enquanto a NOS está a negociar inalterada com as ações avaliadas em 4,28 euros.
As principais praças europeias estão a desvalorizar com o colapso do Silicon Valley Bank durante o fim-de-semana e com a posterior venda. A Alemanha desvaloriza 0,57%, França desce 0,65%, Espanha perde 1,05%, o Reino Unido desliza 0,72% e Itália recua 2,533,16. O Euro Stoxx segue no ‘vermelho’ a perder 0,71% para 4.199,35 pontos.
“A solução desenhada pelas autoridades norte-americanas para responder à crise no sistema bancário está, para já, a aliviar o stress que se vive nos mercados financeiros, embora os investidores permaneçam preocupados com as ondas de choque e o potencial efeito dominó em resultado do colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e mais dois bancos norte-americanos. As bolsas asiáticas negociaram em ligeira alta, os futuros de Wall Street apontam para o verde e os índices europeus inverteram para terreno negativo depois de uma abertura estável. Ainda assim um desempenho que contraria as quedas fortes que foram registadas no final da semana passada (S&P500 caiu 4%, na pior semana desde setembro), evidenciando que a resposta da Fed e do Tesouro dos EUA está a ter sucesso em estancar o sell off nas bolsas. Pelo menos para já”, nota o BA&N Research Unit no comentário à abertura das bolsas europeias.
“Depois do colapso do SVB na sexta-feira, o fim de semana foi de forte ansiedade sobre qual seria a solução das autoridades. O Tesouro dos EUA, a Fed e o FDIC anunciaram ontem à noite que todos os depósitos do SVB estavam garantidos. Anunciaram ainda uma linha de liquidez capaz de cobrir todos os depósitos não garantidos, a que todos os bancos dos EUA podem recorrer, para prevenir a repetição do que aconteceu com o SVB e desencorajar uma corrida aos bancos. Os analistas classificaram a resposta de robusta e capaz de estancar esta crise, mas os investidores temem que o colapso do SVB origine crises semelhantes noutras instituições financeiras dos EUA de menor dimensão e mais expostas à desvalorização das suas carteiras de ativos. Ao mesmo tempo que anunciaram medidas para responder ao colapso do SVB, as autoridades norte-americanas anunciaram o encerramento de outro banco, o Signature Bank, que tem ativos acima de 100 mil milhões de dólares. As ações do First Republic Bank (visto como o mais frágil da banca regional dos EUA) estão a afundar mais de 50% no pré-market, enquanto os grandes bancos dos EUA negoceiam em alta”, continua.
“Esta crise está a provocar uma queda muito acentuada no dólar e uma corrida às obrigações, com os investidores e analistas a especularem que a Fed vai travar de forma considerável o agravamento de juros para não exacerbar esta crise no sector financeiro. Os investidores estão a apostar numa pausa, o que está a motivar uma queda muito pronunciada nas yields das obrigações. A taxa das obrigações dos EUA a dois anos cedeu 30 pontos base nas duas sessões do final da semana passada e hoje baixa mais 21 pontos base para 4,37%, já bem longe do máximo de 5% fixado na semana passada”, termina.
No mercado petrolífero, o Brent ganha 0,35% para 83,07 dólares e o WTI valoriza 0,35% para 76,95 dólares. O gás natural avança 1,36% para 2,463 dólares.
No mercado cambial, o euro ganha 0,69% para 1,0716 dólares e a libra esterlina soma 0,57% para 1,2096 dólares.
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