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Falta de habitação e fim dos RNH e vistos gold afastam nómadas digitais de Lisboa

Aumento do preço das casas e fim de programas como os Vistos Gold e dos RNH estão a provocar uma quebra na chegada de nómadas digitais a Lisboa. O número de visitantes na capital atingiu o pico em outubro de 2021, com uma estimativa de 20,8 mil pessoas a chegarem por mês. Em maio deste ano, o número era de três mil, uma descida de 86%.
Charles Platiau/Reuters
3 Julho 2024, 13h02

O fenómeno dos nómadas digitais poderá estar a desaparecer da cidade de Lisboa. Segundo os dados da “Nomad List”, que acompanha o número de trabalhadores remotos com base nas viagens reservadas na sua plataforma, o número de nómadas digitais na capital portuguesa atingiu o pico em outubro de 2021, com uma estimativa de 20,8 mil pessoas a chegarem por mês, mas em maio deste ano, o número era de ‘apenas’ três mil, uma descida de 86%.

O aumento dos preços das casas, a falta de habitação disponível e a reação dos lisboetas, cansados ​​dos trabalhadores remotos, estão a levar muitos nómadas digitais a deixar a cidade. A isto junta-se o fim de programas como os vistos gold e dos Residentes Não Habituais (RNH).

“Portugal estava a atrair algumas das mentes mais brilhantes do mundo com o RNH. Acabar com esta ferramenta de atração de talento foi o maior erro que o nosso anterior Governo cometeu”, escreveu Gonçalo Hall, CEO da NomadX, que criou a primeira aldeia nómada digital do mundo na Madeira, na sua página de LinkedIn.

No entanto, ao portal “Sifted” os lisboetas assumem que ainda não notam uma quebra no número de nómadas digitais na cidade. “Lisboa continua tão movimentada como antes”, afirma Tiago Rodrigues Jorge, cofundador do café Mila em Lisboa, salientando, contudo, que “poucos [locais] têm condições para viver em Lisboa neste momento” devido aos preços das casas.

Por sua vez, a plataforma de arrendamento de curta duração “Flatio”, indica que o preço médio mensal para arrendar um apartamento T1 em Lisboa na sua plataforma reduziu 16,5%, passando de 1.556 euros para 1.299 euros nos últimos 12 meses, enquanto o preço médio de um apartamento com dois quartos desceu de 1.900 euros para 1.600 euros por mês.

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