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Famílias gastaram 1,4 mil milhões de euros nas farmácias em 2020. SNS suporta maior fatura

O estudo promovido pela Fundação La Caixa e Nova SBE evidencia que o aumento da despesa não se deve ao aumento do preço dos medicamentos, mas sim ao aumento do consumo, que subiu 40% em 20 anos.
6 Setembro 2023, 11h25

As despesas em saúde têm aumentado para as famílias portuguesas. Um dos exemplos é o pagamento direto das famílias nas farmácias, que passou para 1,419 mil milhões de euros em 2020 quando comparado com os 903 milhões no início do século.

Neste período temporal, também aumentou a fatura assegurada pelo SNS, tendo passado de 1.068 milhões de euros em 2000 para 1.543 milhões de euros em 2020.

Esta é a conclusão do estudo “Despesas de saúde em farmácias comunitárias” de Eduardo Costa e Pedro Pita Barros, para a Fundação La Caixa e Nova SBE.

No início do século, as despesas de saúde em farmácia eram asseguradas maioritariamente pelo SNS, com 46% frente aos 39% das famílias portuguesas. No entanto, volvidos 20 anos, o SNS suporta 49% e as famílias um total de 45%, aumentos de 3% e 6%, respetivamente.

Os investidores notam que este peso “reflete não só o peso ‘insignificante’ dos seguros de saúde e subsistemas no pagamento da despesa em medicamentos dispensados nas farmácias comunitárias – que caiu de 16% em 2000 para apenas 5% em 2020 (com valores absolutos de 372 milhões e 163 milhões de euros, respetivamente) – mas sobretudo evidenciam uma potencial desproteção financeira crescente da população face a este tipo de despesa”.

O estudo nota que o aumento da despesa não se deve ao aumento do preço dos medicamentos, pelo contrário, uma vez que estes apresentaram uma tendência decrescente a partir de 2011, mas sim ao aumento do consumo. “Entre 2003 e 2022, o número de embalagens de medicamentos dispensadas em farmácias comunitárias aumentou 40%”, indicam os investidores.

Os investidores notam ainda que a comparticipação atingiu o máximo de 71,9% em 2010, decrescido para 62,5% em 2014. Desde então que a taxa tem verificado um aumento gradual da taxa média comparticipada mas nunca regressou ao valor máximo.

“Ao longo do período analisado, verifica-se que o aumento do consumo contribuiu para aumentar os encargos com medicamentos em 37%. Em sentido inverso, a redução dos preços verificada neste período contribuiu para uma redução dos encargos em 16%”, notam.

Os investidores da Fundação La Caixa e Nova SBE evidenciam ainda que “o crescimento do consumo de medicamentos surge como o principal determinante do aumento da despesa com medicamentos – quer os encargos cobertos pelo SNS, quer os encargos dos utentes. Em termos quantitativos, este efeito é substancialmente superior a efeitos que decorram de variações de preços ou de taxas de comparticipação”.

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