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Farfetch: “Procura sólida” pelas ações da futura “Amazon de luxo” faz disparar valor

Após ter encaixado 885 milhões de dólares numa oferta pública inicial, o português José Neves viu as ações da Farfetch valorizaram 42,25% na sexta-feira. A empresa terminou o dia a valer mais de oito mil milhões de dólares.
  • José Neves, Farfetch
24 Setembro 2018, 07h35

A tecnológica luso-britânica Farfetch estreou-se na Bolsa de Nova Iorque na passada sexta-feira e viu as ações valorizarem 42,25% na primeira sessão. O unicórnio criado pelo português José Neves e com sede em Londres acabou o dia a valor 8,3 mil milhões de dólares, sendo que o valor apontado antes da estreia situava-se entre os 4,9 e os 5,5 mil milhões de dólares.

“As primeiras horas de negociação em bolsa da Farfetch foram marcadas por procura sólida, com a acção a registar mínimos e máximos cada vez mais altos”, afirmou Steven Santos, head of trading platforms do BiG – Banco de Investimento Global, que disponibilizou as ações da Farfetch para negociação em mercado secundário, através do site e das plataformas MyBolsa e BiGlobal Trade.

Após ter encaixado 885 milhões de dólares, numa oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) em que foram vendidos 44,2 milhões de títulos a 20 dólares cada, as ações da Farfetch entraram na Bolsa de Nova Iorque a valerem 27 dólares, ou seja, com uma valorização de 35%.

Ao longo dia chegaram mesmo a tocar nos 30,58 dólares e acabaram por fechar nos 28,45 dólares, com um ganho de 42,25% e depois de 25,4 milhões de títulos trocarem de mãos.

“A apetência dos investidores pela Farfetch deve-se a alguma expetativa de que a Farfetch possa vir a ser uma Amazon dos bens de luxo, em linha com o fortalecimento do retalho online e capitalizando o interesse crescente nos países emergentes por este tipo de artigos e a proliferação das classes médias nestes países”, explicou Steven Santos, ao Jornal Económico.

A Farfetch é detentora de uma plataforma de moda, que vende produtos de mais de 700 marcas de luxo de todo o mundo. A plataforma de comércio eletrónico de moda contava com cerca de 935 mil utilizadores, segundo dados relativos ao final de 2017. O número de utilizadores registou um aumento de 40% face ao final de 2016.

Na apresentação de resultados do primeiro semestre, a empresa liderada por José Neves explicou não esperar pagar dividendos no “futuro previsível”. A tecnológica pretende reter todos os fundos disponíveis e quaisquer lucros futuros (em 10 anos de existência nunca apresentou lucros) para financiar o desenvolvimento e expansão do negócio.

Além da expetativa dos investidores em relação ao futuro da empresa, a Farfetch beneficiou ainda do sentimento positivo em Wall Street, segundo o head of trading platforms do BiG.

“O dia escolhido para entrar em bolsa foi particularmente positivo, com o S&P 500 e o Dow Jones Industrial Average a atingirem novos máximos históricos. O índice S&P Global Luxury subiu 0,82%, sendo que a Farfetch beneficia desta tendência positiva em torno do sector”, acrescentou.

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