A FC Porto SAD registou um resultado líquido positivo de 35 milhões de euros no primeiro semestre de 2023/24, contra um prejuízo de 9,9 milhões em igual período de 2022/23 e a prioridade imediata da gestão é agora a redução dos encargos com o passivo, revelou, na apresentação do balanço, o administrador para a área financeira, Fernando Gomes, ex-ministro e ex-autarca.
Outra prioridade doa SAD é atingir uma situação de capitais próprios positivos o que, segundo disse, está garantido para o segundo trimestre. Nas contas enviadas à CMVM, os capitais próprios são ainda negativos, mas “em apenas nove milhões de euros a 31 de dezembro de 2023, que comparam com os 176 milhões negativos do final de junho” anterior, findo o primeiro semestre. No final do primeiro semestre do ano, assegurou Fernando Gomes, os capitais próprios passarão para o lado positivo.
O documento enviado ao regulados do mercado diz ainda que os proveitos operacionais, excluindo proveitos com passes de jogadores, atingem agora os 108 milhões de euros, crescendo assim cerca de cinco milhões de euros relativamente ao primeiro semestre de 2022/2023, verificando-se um aumento em várias rubricas, particularmente nas provas UEFA, principalmente devido ao aumento do valor relativo à distribuição baseada na posição do FC Porto no ranking dos últimos dez anos.
Já os custos operacionais, “excluindo custos com passes, diminuíram aproximadamente seis milhões de euros, que assentam no decréscimo dos custos com pessoal, pelo facto de o período homólogo ter incluído a atribuição de um prémio de acesso à UEFA Champions League 2022/2023 na qualidade de campeões nacionais”. Os resultados com cedência de passes de jogadores “voltaram a ter a habitual preponderância nos resultados do grupo, contribuído com 39 milhões de euros para o resultado deste 1º semestre de 2023/2024”.
Os resultados operacionais são assim positivos, em 52 milhões de euros, “o que representa um acréscimo considerável relativamente ao alcançado no primeiro semestre de 2022/2023, que foi de 1,4 milhões de euros. Teve como fator de impacto a transferência do internacional português Otávio, que se tornou a venda mais elevada da história da SAD em agosto de 2023, ao rumar aos sauditas do Al Nassr pelos 60 milhões de euros inerentes à cláusula de rescisão.
Na sequência do acordo estabelecido com uma empresa internacional, foi realizada uma avaliação ao “valor de mercado” dos Cash-Flows gerados pelo Estádio do Dragão, pela Crowe (Crowe Advisory PT) – sujeita à revisão da empresa de auditoria da FC Porto – Futebol, SAD, a EY, que apurou o valor de 279 milhões de euros. Assim, foi contabilizado: “um incremento nos ativos fixos tangíveis, na diferença entre o valor apurado dos cash-flows gerados pelo Estádio do Dragão e o montante pelo qual este imóvel se encontrava registado: 167 milhões de euros; um passivo por impostos diferidos, que considera o impacto fiscal da diferença entre justo valor contabilístico e fiscal do estádio: 35 milhões de euros; uma reserva de reavaliação correspondente à diferença entre o impacto no ativo e no passivo, que fez aumentar os capitais próprios em 132 milhões de euros”.
O ativo, que se situa nos 504 milhões de euros em 31 de dezembro de 2023, “reflete um aumento global de 148 milhões de euros face a 30 de junho, principalmente devido ao incremento nos ativos fixos tangíveis, justificado pelo registo da avaliação acima referida. O passivo, mesmo tendo em consideração o impacto da contabilização dos impostos diferidos referentes à reavaliação do Estádio, de 35 milhões de euros, diminuiu 20 milhões de euros. Esta redução assenta essencialmente na diminuição do valor global dos empréstimos, em 85 milhões de euros, o que representa um corte de 28%, face a 30 de junho de 2023, do passivo remunerado do Grupo”.
O grupo informa ainda que “juntando o efeito da reavaliação do estádio aos resultados apresentados ao semestre, o capital próprio consolidado da Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD recuperou 167,5 milhões de euros, atingindo em 31 de dezembro de 2023 o valor negativo de 8,5 milhões de euros. Com o registo dos 9,6 milhões de euros do acesso aos oitavos de final da UEFA Champions League, os capitais próprios ficariam positivos.
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