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FENPROF despede-se do carismático Mário Nogueira e define intervenção para o próximo triénio

O carismático secretário-geral da maior estrutura sindical de professores do país, deixa a FENPROF com 50 mil associados e garante que vai continuar a “acompanhar” o trabalho sindical. O 15.º Congresso Nacional de Professores, que arrancou esta sexta-feira, vai definir as prioridades para o próximo mandato que termina em 2028.
José Sena Goulão/Lusa
16 Maio 2025, 16h43

Começa uma nova era, que tudo indica será de continuidade, mas com um novo líder. Entre hoje e amanhã, no 15.º Congresso Nacional de professores, a FENPROF despede-se de Mário Nogueira, o histórico e carismático secretário-geral.

“Chegamos a este congresso (…) com um crescimento da sindicalização”, afirmou, esta manhã, em entrevista à RTP, revelando que a FENPROF tem 50 mil associados, “o que é uma grande taxa de sindicalização no sector”.

Apesar de estar a terminar o mandato, Mário Nogueira ainda anunciou que a federação vai entregar ao próximo Ministério da Educação “uma proposta de revisão do Estatuto de Carreira de Docente”, o que destacou como “importantíssimo para ver se os jovens que querem ser professores e se os professores jovens voltam” para a docência.

Nascido em Tomar, em 1958, filho de uma operária fabril e de um representante de uma marca de confeitaria, Mário Nogueira sempre quis ser professor. Na escola do Magistério Primário tirou o curso para professor do primeiro ciclo, que depois completou com a especialização em problemas comportamentais.

Chegou à liderança da FENPROF em 2007, onde sucedeu a Paulo Sucena numa eleição em que, pela primeira vez, dois candidatos disputaram o cargo: ele e Manu la Mendonça. Mário Nogueira contou com o apoio da direção do Sindicato dos Professores da Região Centro e dos sindicatos da Zona Sul, da Madeira e dos Açores.

O carisma e o trabalho realizado foram-no reelegendo mandato após mandato ao longo de 18 anos, durante os quais trabalhou com vários governos e teve como interlocutor diversos ministros  da Educação. No programa  Bom Dia Portugal, esta manhã, contou que com Tiago Brandão Rodrigues, a luta “era conseguir chegar à fala com o ministro, conseguir negociar” “Chegámos a estar uma semana acampados à porta do Ministério já com o sucessor João Costa e conseguimos desbloquear”, recordou.

Durante dois dias, mais de 500 delegados de todo o país reúnem-se no Fórum Lisboa para definir as prioridades da FENPROF para o próximo mandato, que termina em 2028. O 15.º Congresso arrancou às 10h00 horas desta sexta-feira, 16 de maio, e a eleição do novo secretário-geral será um dos pontos altos, embora não se esperem grandes novidades.

Há, neste momento, apenas uma lista votada por unanimidade pelos sete sindicatos da federação propondo os atuais secretários-gerais adjuntos – Francisco Gonçalves, que preside ao Sindicato dos Professores do Norte (SPN), e José Feliciano Costa, Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL, para substituir Mário Nogueira. Além da escolha do secretário-geral, o 15.º Congresso será importante na definição dos eixos fundamentais da intervenção sindical para o triénio que se inicia agora, 2025-2028.

Seja como for, o adepto do Sporting, que jogou basquetebol e fez atletismo, Mário Nogueira garante que vai continuar a “acompanhar” o trabalho sindical.

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